Santos Lima disse que espera que a sentença de Moro seja confirmada na segunda instância.
13/07/2017 09:53
O
procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Lava
Jato em Curitiba, falou sobre a condenação do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, dada nesta quarta-feira (12/7), pelo juiz Sérgio Moro.
Para o procurador, que estava na sala de interrogatório em maio quando
Lula depôs ao magistrado, "o Brasil amadureceu ontem". O procurador
disse, ainda, que a primeira sentença já "é passado" e afirmou que
"voltamos (o Ministério Público) a trabalhar nas outras acusações que já
estão na Justiça contra ele (Lula) e contra dezenas de outros",
escreveu o procurador em seu Facebook.
Santos
Lima disse que espera que a sentença de Moro seja confirmada na segunda
instância. "Agora vamos esperar que o TRF confirme a condenação,
tornando-a mais severa e correta diante da gravidade dos crimes
cometidos. O Brasil é maior que qualquer pessoa ou partido". O
ex-presidente é réu em outras quatro ações - dessas, apenas uma está na
vara do Paraná.
Segundo Santos Lima, o Brasil é
"maduro" para compreender que a sentença de Moro "obedeceu todos os
ditames do estado de direito", afirmando que Lula teve seu direito de
defesa assegurado. "Mesmo assim, a Força - Tarefa Lava Jato vai recorrer
para especialmente aumentar a pena a que o ex-presidente foi
condenado", afirmou. Como informou a reportagem, os procuradores da
força-tarefa da Lava Jato dizem que discordam "em relação a alguns
pontos" da decisão de Moro, que aplicou pena de nove anos e seis meses
de prisão para Lula, mas não mandou prender o petista para "evitar
certos traumas".
Na manhã desta quinta-feira, o
procurador voltou a comentar o assunto e escreveu que "o julgamento das
urnas é exclusivamente político", em uma referência à possível
candidatura do petista em 2018, e disse que isso "não pode ser
substituto da Justiça".
"O julgamento das urnas
é exclusivamente político, e não pode ser substituto da Justiça. Se for
de outra forma, estaríamos criando um super foro privilegiado",
escreveu.
Ainda segundo o procurador, "nem
mesmo se salva a ideia de que somente em casos de 'batom na cueca'
deveria ele ser condenado pela Justiça", em referência a críticas de que
a sentença foi dada com falta de provas. É esse um dos argumentos da
defesa de Lula e do PT.
Temer
A
condenação de Lula foi dada no mesmo dia em que a Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara iniciou os debates a respeito da
aceitação da denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel
Temer (PMDB), após a apresentação do parecer do relator do caso,
deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ). Em mais uma postagem, o procurador
comentou o que chamou de "vergonhosas manobras para salvar Temer na
Câmara dos Deputados" e disse, ainda, que "não podemos aceitar um
acusado de corrupção só porque tememos a volta do outro".
"Agora
que Lula foi condenado, é indispensável continuar o processo de combate
à corrupção. Temer enfrenta uma acusação de propina durante o mandato.
Há fartas provas e cabe ao STF julgá-las", escreveu. DO .C.BRASILIENSE...
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