Membro da força-tarefa defende foco em outras acusações; defesa de petista vai recorrer
RIO — Na manhã seguinte à condenação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, o procurador da Operação Lava-Jato Carlos Fernando dos Santos Lima considera que a primeira sentença condenatória do petista "já é passado". Em publicação no Facebook, ele destacou que a força-tarefa volta a trabalhar nesta quinta-feira nas outras acusações que já estão justiça contra Lula e "contra dezenas de outros".
O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, condenou Lula nesta quarta-feira a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Apesar de elogiar a decisão do magistrado, a força-tarefa alegou que iria recorrer
para pedir uma pena maior do ex-presidente. Ao mesmo tempo, a defesa do petista confirmou que vai recorrer da deliberação, considerada "ilegítima" pelo advogado Cristiano Zanin Martins.
Mesmo assim, de acordo com Lima, o trabalho segue com investigações a serem feitas em meio à cada vez maior "oposição de partidos políticos no Congresso Nacional contra o Ministério Público".
"O combate à corrupção é difícil e é feito dia após dia, ininterruptamente (...) Tudo isso é o nosso dia a dia há muito tempo (...) O Brasil amadureceu ontem e consagrou definitivamente o princípio republicano da supremacia da lei sobre qualquer pessoa, rica ou pobre, simples ou poderosa, célebre ou desconhecida", ressaltou Lima, ao agradecer a "confiança depositada".
O procurador já havia publicado em suas redes sociais que o ideal republicano prevaleceu com a condenação de Lula. Segundo Lima, a sentença de Moro mostrou que, em uma república, todos estão sujeitos à lei, "seja ex ou atual presidente". O procurador tem defendido, nos últimos dias, que a Câmara dos Deputados autorize o Supremo Tribunal Federal (STF) a receber a denúncia contra o presidente Michel Temer
"Todos estão fartos dos discursos que procuram politizar acusações técnicas e sérias. O Brasil é maduro para compreender que a sentença de hoje obedeceu todos os ditames do estado de direito. Lula exerceu sua defesa com todos os meios, mesmo os mais excessivos, e teve reconhecida sua culpa", disse o procurador, que confirmou que a força-tarefa irá recorrer para aumentar a pena do ex-presidente.
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