Votaram contra o parecer de Zveiter 40 deputados; a favor, 25 (houve uma abstenção). Mesmo com a rejeição, denúncia contra o presidente seguirá para votação pelo plenário da Câmara.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara rejeitou nesta
quinta-feira (13) o relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que
recomendava o prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer, apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Votaram contra o parecer de Zveiter 40 deputados. A favor, 25. Houve uma abstenção.
Mesmo com a rejeição do parecer pela continuidade da denúncia, o
plenário da Câmara terá de dar a palavra final sobre o prosseguimento do
caso.
Dessa forma, a CCJ terá de aprovar um parecer pela rejeição da denúncia. É esse relatório que irá pelo plenário da Câmara.
É possível que o novo texto seja votado ainda nesta quinta na CCJ, liberando a denúncia para votação em plenário.
Com base nas delações de executivos do grupo J&F, que controla a JBS, Temer foi denunciado pela PGR pelo crime de corrupção passiva. Para o presidente, a denúncia é uma "injustiça que se faz com o Brasil".
Por se tratar do presidente da República, a denúncia só terá
continuidade no Supremo Tribunal Federal (STF) se tiver autorização da
Câmara.
O novo parecer será lido, mas não será permitido novo pedido de vista
(mais tempo para análise) nem nova discussão. Haverá nova orientação de
bancada e nova votação nominal, nos mesmos termos da votação anterior.
Trocas na CCJ
Com o objetivo de derrotar o parecer de Zveiter na comissão, partidos
aliados ao Palácio do Planalto fizeram, desde que a denúncia chegou à
Câmara, 26 remanejamentos entre os integrantes do colegiado,
substituindo deputados que haviam indicado voto contra Michel Temer.
O troca-troca gerou protestos e críticas por parte da oposição e de parlamentares dissidentes da base.
Nessa estratégia, vários deputados da base aliada que tinham se
inscrito para discursar na CCJ durante as sessões destas quarta e quinta
não se pronunciaram ou usaram menos tempo a que tinham direito.
Aprovação da denúncia no plenário
O parecer será aprovado se tiver o apoio de pelo menos dois terços do
total de 513 deputados, ou seja, 342 votos. Se isso acontecer, será
autorizada a instauração do processo no Poder Judiciário.
No passo seguinte, os 11 ministros do STF analisarão a denúncia e, se a
aceitarem, Temer se tornará réu e será afastado do mandato por até 180
dias.
O presidente só perderá o cargo definitivamente se for condenado pelo Supremo.
Durante o período de afastamento, assumirá o comando do país o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Se Temer for condenado pelo STF, Rodrigo Maia, à frente da Presidência
da República, terá de convocar eleições indiretas no prazo de um mês.
Segundo a Constituição, o novo presidente da República seria escolhido pelo voto de deputados e senadores.
Rejeição da denúncia no plenário
No caso de rejeição da denúncia pelo plenário da Câmara, o Supremo
ficará impedido de dar andamento à ação, que será suspensa, não
arquivada.
O processo poderá ser retomado somente após o fim do mandato do presidente.DO G1
AMEI!
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