Esta entrevista foi concedida ao jornal Brasil Econômico.
Fernando Abrucio é professor da FGV Rio e contratado da consultora Empiricus.
O sr. consegue fazer um prognóstico para esta eleição?
Será a eleição mais disputada desde 1989. Isso vai se
expressar, provavelmente, na diferença entre os dois candidatos em termos de
votos válidos, que deve ficar entre 2 e 6 pontos percentuais. Significa que
estamos nos diferenciando das últimas cinco eleições, nas quais duas foram
vencidas no primeiro turno, e outras três no segundo, com mais de 10 pontos de
diferença entre os dois candidatos. Hoje, o prognóstico é muito difícil. Eu
diria que Aécio teria 51% de probabilidade de vencer a eleição, e Dilma, 49%.
Essas pesquisas, então, seriam confiáveis?
Acho que sim. Agora, tem que dizer que isso é hoje. Temos
que lembrar que de 15% a 20% dos eleitores totais podem mudar de voto, sejam
aqueles que estão se colocando como indecisos, com votos brancos e nulos, ou
aqueles que, por enquanto, estão optando por Dilma ou Aécio. Ou seja, um quinto
dos eleitores pode se mexer, e isso nos dois últimos dias da eleição.
Que fatores poderiam influenciar a decisão dos eleitores
na última semana?
O sentimento do eleitor é um desejo de mudança com
estabilidade. Quando a gente olha as qualitativas e quantitativas e faz uma
síntese delas, vê que os eleitores querem mudança, mas temem perder as
conquistas. É um eleitor difícil de avaliar.
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