A
senhora Dilma Rousseff, dublê de presidente e candidata, passou de
todos os limites. Ela se esqueceu de que existe uma Constituição no
país. No horário eleitoral do PT, acusou a revista VEJA de praticar
“terrorismo eleitoral”. Referindo-se à reportagem da revista, segundo a
qual o doleiro Alberto Youssef afirmou à Justiça e ao Ministério Público
que Dilma e Lula sabiam da roubalheira da Petrobras, afirmou a
governanta:
“Não posso me calar frente a esse ato de terrorismo eleitoral articulado pela revista ‘Veja’ e seus parceiros ocultos. Uma atitude que envergonha a imprensa e agride a nossa tradição democrática. Sem apresentar nenhuma prova concreta e mais uma vez baseando-se em supostas declarações de pessoas do submundo do crime a revista tenta envolver diretamente a mim e ao presidente Lula nos episódios da Petrobras, que estão sob investigação da Justiça”.
“Não posso me calar frente a esse ato de terrorismo eleitoral articulado pela revista ‘Veja’ e seus parceiros ocultos. Uma atitude que envergonha a imprensa e agride a nossa tradição democrática. Sem apresentar nenhuma prova concreta e mais uma vez baseando-se em supostas declarações de pessoas do submundo do crime a revista tenta envolver diretamente a mim e ao presidente Lula nos episódios da Petrobras, que estão sob investigação da Justiça”.
Então
vamos ver todas as falhas em que incorre a senhora presidente, que fala
como candidata, e a candidata, que tem a pretensão de falar como
presidente:
1. Quem
tem parceiros ocultos na subimprensa é o governo federal, que financia
veículos de comunicação, especialmente os chamados blogs sujos. O pior é
que esse financiamento é feito com dinheiro público, com a publicidade
da administração direta e das estatais.
2. No
debate da Jovem Pan-UOL-SBT, Dilma levou ao ar a acusação de que Sérgio
Guerra, ex-presidente do PSDB, já morto, também teria recebido dinheiro
do esquema. A acusação havia acabado, então, de ser publicada por Monica
Bergamo na Folha. Atento, um assessor de Dilma lhe contou a história, e
ela, claro!, a usou contra Aécio. Nesse caso, garanto que Dilma não viu
nada de errado. Certamente acha que a jornalista estava apenas
cumprindo a sua função. A propósito: os parceiros ocultos do PT que
agora censuram a reportagem de VEJA não reclamaram quando a Folha
publicou o texto com a acusação contra o tucano.
3. O que
envergonha a imprensa, senhora candidata-presidente e senhora
presidente-candidata, é dispor de uma informação e não publicá-la com
receio de seu efeito eleitoral. É a senhora que disputa o poder, não a
VEJA. A revista não tem a obrigação de servir às suas conveniências.
4. Youssef
é do submundo do crime? Pois é. Ocorre que ele operava em parceria com
diretores da Petrobras nomeados por Lula e que permaneceram no cargo em
parte do seu governo. Diga-me, senhora presidente: como é que pessoas do
submundo do crime conseguiram se apoderar da maior estatal do país?
Quem as indicou?
Dilma foi
adiante e afirmou: “Com das outras vezes, [a revista] vai fracassar no
seu intento criminoso. A Justiça livre desse país seguramente vai
condená-la por esse crime. Ela e seus cúmplices vão falhar. O povo
brasileiro é inteligente para discernir a mentira da verdade”. Disse
ainda: “O povo brasileiro dará a resposta à ‘Veja’ e seus cúmplices nas
urnas, e eu darei a resposta a eles na Justiça”.
A Justiça
é, sim, o lugar para aqueles que se sentem ofendidos, senhora
presidente-candidata, senhora candidata-presidente. Tente lá demonstrar o
crime cometido por VEJA e tente demonstrar por que a decisão tomada
pela revista é diferente daquela tomada pela Folha em relação a Sérgio
Guerra — procedimento que a senhora endossou, tanto que citou o texto em
debate.
Não falo
em nome da VEJA porque escrevo aqui o que quero. Mas não e difícil
demonstrar que a senhora e seu partido estão atacando a reputação da
revista. Se sou a VEJA, vou, sim, à Justiça contra a presidente e a
desafio a provar que é mentira o que foi publicado. E que fique claro: a
revista publicou que, no curso da delação premiada, Yousseff disse à
Polícia Federal e ao Ministério Público que Dilma sabia do que estava em
curso na Petrobras.
Dilma
emite um péssimo sinal: se reeleita presidente, parece que ela não está
disposta a uma convivência civilizada com a imprensa independente, com
aquela imprensa que não tem “parceiros ocultos”, financiados por
dinheiro público.
Tudo
indica que Dilma quer agora brincar de um Hugo Chávez que quase fala
português. Não é um bom caminho. Se ela acha que é, resta o quê? A luta,
não é mesmo, moçada?
PS – Toda a
gritaria de Dilma tem um único objetivo imediato: intimidar o Jornal
Nacional para que ele não noticie o que já se sabe do depoimento de
Youssef — que é o fato. VEJA só o noticiou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário