Vou reproduzir abaixo, um texto postado a pouco no blog do Tio Rei.
Mas antes vou discordar de uma colocação do Tio em relação ao marketing, quando ele diz que o marketing "é uma ciência inexata demais".
Não Tio Rei, não é.
Muito
antes pelo contrário. Ela te dá todas as variáveis possíveis para dar
uma mexida em áreas sensíveis da psicologia humana, assim como faz a
psicologia ou a psiquiatria.
Usar ou não usar, fazer mau ou bom uso desta ciência é que é o grande problema.
O que temos assistido neste Brasil é uma cambada de salafrários se dizendo ou se mostrando como profissionais de marketing.
Paraquedistas
de uma ciência que só não é mais exata porque a soma de sentimentos que
envolvem um ser humano não pode ser mensurada com tanta precisão.
E
a maior prova disso é os grandes gênios desta ciência são as pessoas
sensíveis e que dominam, de forma quase perfeita, o uso da comunicação,
razão de ser da Ciência Marketing.
O Marketing, nada mais é que isso:
LEVAR A COMUNICAÇÃO CERTA PARA AS PESSOAS CERTAS. Dizer para elas o que
elas gostariam ou querem ouvir.
Este seu texto, um discurso hipotético de um Serra que não seria Serra, porque é justamente Serra, é a maior prova disso.
Comunicação perfeita.
UM
RARO EXEMPLO DE MARKETING DE VALORES. Algo que toca profundamente em
qualquer pessoa que preze esta desnutrida palavra chamada VALORES.
Abaixo, o irrepreensível texto que, se fosse Serra, colocava no ar amanhã.
Por Reinaldo Azevedo - VEJA.
Eu
lhes trago uma mensagem antiga, que se renova a cada dia: a democracia,
com todas as suas imperfeições, ainda é o melhor caminho para
resolvermos as nossas diferenças.
Eu lhes trago aqui uma
convicção antiga, que se prova verdadeira a cada dia: a igualdade sem a
liberdade é justiça tirana; a liberdade sem a busca da igualdade é
injustiça cordial. E nós somos aqueles que lutam por um mundo justo,
porém amoroso.
Eu lhes trago aqui uma
crença antiga, que se faz viva a cada dia: a única razão de ser de um
governo, em qualquer esfera, é cuidar das pessoas. E esse cuidado
implica criar as condições para que cada brasileiro tenha plenas
condições de cuidar de si mesmo.
Sou antigo porque acredito na democracia.
Sou antigo porque acredito na igualdade.
Sou antigo porque acredito na liberdade.
Sou antigo porque acredito na Justiça.
Sou antigo porque acredito na eficiência.
Sou antigo porque acredito na autonomia.
E, por isso, minhas caras,
meu caros, por isso mesmo, eu sou muito jovem. Aos 70 anos — eu tenho
orgulho da minha idade, eu tenho orgulho da minha luta, eu tenho orgulho
da minha história —, eu posso lhes dizer que a idade de uma mulher e a
idade de um homem não se medem apenas pelo tempo que viveram, mas também
por sua experiência e por sua capacidade de se renovar.
A luta por democracia, por
igualdade, por liberdade e por justiça é bem mais velha do que eu, bem
mais velha do que todos nós. Ela acompanha a trajetória humana desde os
seus primórdios. Que proclamem por aí: a experiência que acumulei em
diversos cargos públicos vale bem mais, se quiserem, do que os 70 anos
que tenho.
A juventude de uma mulher e de um homem está na sua ousadia.
A juventude de uma mulher e de um homem está no combate ao preconceito.
A juventude de uma mulher e de um homem está na sua inquietude.
E eu tenho a satisfação de
ter construído uma carreira política que ousou dizer "não" ao arbítrio,
que lutou contra o peso das ideias mortas, que soube se renovar e se
preparar para o futuro.
O que pode haver de mais velho neste país do que a incompetência?
O que pode haver de mais velho neste país do que a aposta na impunidade?
O que pode haver de mais velho neste país do que a aposta no vale-tudo?
O
que pode haver de mais velho neste país do que a corrupção, que rouba a
o futuro de nossas crianças e de nossos jovens e sequestra o presente
de nossos homens e mulheres?
Velha, no Brasil, é velhacaria!
Velho, no Brasil, é o autoritarismo!
Velho, no Brasil, é o vale-tudo.
Hitler se tornou chanceler
da Alemanha antes de completar 44 anos. Todos conhecem as
consequências. Fez o que fez porque era jovem? Não! Produziu a tragédia
que produziu porque, na verdade, velhas eram suas ideias. Konrad
Adenauer assumiu a chancelaria da Alemanha Ocidental, em 1949, aos 73
anos e conduziu o país até os 87 anos. Só deixou o Parlamento ao morrer,
em 1967, aos 91!
Hitler matou milhões porque, sendo jovem, era muito velho.
Adenauer salvou a democracia porque, sendo velho, era muito jovem.
Podem me chamar de velho.
Fico feliz que não possam me chamar de velhaco. Os jornalistas lembrarão
que Ulysses Guimarães já disse isso antes. É verdade. Foi na disputa
eleitoral de 1989, quando perdeu para Lula e Collor.
Ulysses perdeu a eleição,
mas não perdeu a vergonha na cara. Eu quero, sim, ganhar a eleição. Mas,
para tanto, não aceito a perder a vergonha.
Foi exatamente esta ESTRATÉGIA que o falecido e saudoso Mário Covas usou contra Maluf. E venceu.
Valores!
SEMPRE ELES.
DO GENTE DECENTE
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