Lula, o inventor de Haddad. |
Lideranças do PSDB unificaram o discurso nesta terça-feira, 5, para
atacar a greve de mais de 15 dias que atinge cerca de 80% das
universidades federais do País, deixando mais de dois milhões de
estudantes sem aulas. Para os líderes tucanos, o responsável por essa
crise é o ex-ministro da Educação e atual pré-candidato do PT à
Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad. A atuação do ex-ministro, que
chegou a ser classificada de "revolucionária" pelo ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, durante entrevista ao Programa do Ratinho, na
semana passada, é considerada precária pelos tucanos e, por isso mesmo,
deverá ser utilizada como alvo de críticas pela campanha do tucano José
Serra.
A estratégia de utilizar a greve nas universidades federais para
criticar a atuação de Haddad no Ministério da Educação mobilizou desde o
presidente nacional do PSDB, Sergio Guerra, e o líder do PSDB no
Senado, Álvaro Dias, até lideranças locais em São Paulo, como o vereador
Floriano Pesaro. "Ele (Haddad) terá muito a explicar, até porque deixou
o governo para disputar uma eleição", criticou Dias. Para o líder do
PSDB no Senado Federal, durante o tempo em que Haddad foi ministro, não
houve planejamento no setor e sobraram planos eleitoreiros: "Muito
marketing para pouco resultado."
Em entrevista à Agência Estado, Sérgio Guerra
classificou de "fraudulento" o programa de Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais (Reuni), desenvolvido por Haddad quando era
ministro. "(O programa) foi anunciado de uma forma que não se confirmou,
é fraudulento. A universidade do ABC, com problemas de gestão e
logística, teve evasão de 42% (dos alunos) no ano passado. A gestão dele
não o credencia a ser prefeito nem sequer a continuar como ministro. O
que ele desenvolveu, nem o ENEM nem o Reuni, não convence ninguém",
disse o presidente nacional da sigla.
Para o vereador Floriano Pesaro, Haddad criou "universidades de
papel", sem recursos e em locais que faltam até água. Ao listar os
problemas enfrentados pelos estudantes em universidades de todo o País, o
tucano destacou que a gestão de Haddad chegou a inaugurar, em
Guarulhos, universidades sem salas de aula e sem infraestrutura. E
questionou o projeto de vereadores do PT de condecorar Haddad com a
medalha Anchieta, a mais alta honraria do município: "Tenho argumentado
que isso é uma afronta aos professores das universidades federais, que
estão 80% parados. Isso faz parte do marketing eleitoral do PT, sempre
criando factoides, são cidades cenográficas."
Sérgio Guerra chegou a fazer um comparativo das gestões de José
Serra, como ministro da Saúde, e de Haddad, como titular da Educação.
"Se (Haddad) tivesse sido um ministro da Educação como o Serra foi da
Saúde, teria sido perfeito." E garantiu que o tucano convenceu não
apenas os aliados, mas também os adversários quando esteve no comando
deste ministério. E continuou nas críticas ao petista: "A greve (das
universidades federais) é uma marca registrada de Haddad." Em seguida,
questionou a legitimidade da candidatura do afilhado político do
ex-presidente Lula: "Haddad não tem legitimidade. Não foi escolhido em
prévias. (Foi escolhido pela) falta de democracia do Lula." Do site do jornal O Estado de S. PauloDO B. DO ALUIZIO AMORIM
Nenhum comentário:
Postar um comentário