quarta-feira, 6 de junho de 2012

Escola só tem um banheiro masculino para 800 alunos em Novo Gama, GO

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
Um único banheiro masculino, com apenas um sanitário, é compartilhado por 800 alunos da Escola Estadual de Novo Gama, no município de Novo Gama, no Entorno do Distrito Federal, a 177 km de Goiânia. Ao todo, a unidade tem 1.800 estudantes. Indignados, os alunos afirmam que esse não é o único problema da instituição. Segundo eles, não tem espaço para os livros da biblioteca, os computadores estão abandonados por falta de professor; e o prédio está cheio de rachaduras.
O estudante Natanael Fonseca conta que, mesmo durante o intervalo, muitos alunos não conseguem usar o banheiro. “A fila fica enorme e nem dá muito tempo de entrar porque só tem um banheiro dos homens e só um vaso”, diz o aluno.
No laboratório de informática, mais de 30 computadores novos nunca foram usados porque não existem professores para ministrar as aulas para os alunos. A estrutura da escola também está comprometida. São muitas rachaduras. As condições de estudo preocupam os alunos.
“A situação aqui está precária. É cerâmica quebrada, quadro rachado. A cadeira está ruim de sentar. Assim, é difícil de estudar”, afirma o estudante Matheus da Silva.
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A Secretaria Estadual de Educação informou que as obras dependem da doação de um terreno e que estão previstas para iniciar ainda neste mês. Quanto ao uso do laboratório de informática, afirma, cabe à direção garantir aos alunos o pleno funcionamento deste espaço.
Unidade abandonada
Em Itumbiara, no sul do estado, a 209 km de Goiânia, a Escola Estadual Deolino Teixeira do Amaral, para alunos do ensino fundamental, foi desativada há mais de dez anos. Na época, a justificativa dada foi o baixo número de matrículas. Os estudantes tiveram de ser transferidos para outra escola estadual, que fica em um bairro vizinho.
A unidade, que havia sido inaugurada em fevereiro de 1986, ficou abandonada e agora o telhado corre o risco de desabar. A situação só não é pior porque um pedreiro está morando em uma casa, que fica no terreno da escola. “Estava muito sujo e com mato [o terreno]. Aí, eu limpei. Eu estou aqui há três anos”, diz o pedreiro Ricardo Rodrigues de Amorim.
O construtor Ênio Quirino de Oliveira, que mora perto da escola, reclama que o mato alto e os sinais de abandono favoreceram a proliferação de caramujos e escorpiões. “Eu coloquei umas galinhas ao lado para proteger um pouco dos escorpiões”, observa.
Lyceu de Goiânia
Fotos enviadas por uma telespectadora da TV Anhanguera mostram, que mesmo em Goiânia, há escolas em condições precárias. As imagens são da escola pública mais tradicional da capital: o Lyceu de Goiânia. O colégio estadual está todo pichado e em péssimo estado de conservação. Os atos de vandalismo chegaram também às salas de aulas, todas pichadas. Parte do muro caiu e o telhado da quadra de esportes está quebrado. O Lyceu de Goiânia faz parte da história e Goiânia e de Goiás. Personalidades ilustres da política, economia e de vários outros setores passaram por esta escola.
Problema antigo
O Ministério Público (MP) acompanha esses casos e tem estudos que indicam que mais de 600 escolas do estado precisam de manutenção. Segundo a promotora de Justiça Simone de Sá Campos, a situação da estrutura física das escolas de Goiás já é um problema muito antigo. “Não identificamos na secretaria [de Educação] um programa que trabalhe a prevenção da manutenção nas escolas”, observa.
Simone Campos comenta que o MP tentou com que a Secretaria de Educação assinasse um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para garantir a manutenção permanente das escolas e estabelecer um cronograma de reformas emergenciais. Segundo ela, o secretário disse que não haveria necessidade do TAC e teria indicado dois outros projetos para solucionar o problema. Um deles seria a contratação, via edital, pela Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), de uma empresa para fazer a reforma das escolas.
DO G1

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