quarta-feira, 17 de abril de 2019

Alvo de operação diz que vai manter críticas e que decisão de ministro cria 'ditadura judicial'

Empresário Erminio Nadin, de 67 anos, é um dos alvos da operação de busca determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra supostos propagadores de fake news
Empresário Erminio Nadin, de 67 anos, é um dos alvos da operação de busca determinada pela Supremo Tribunal Federal (STF) Foto: Sérgio Roxo / Agência O Globo
SÃO PAULO — Um dos alvos da operação de busca determinada pela Supremo Tribunal Federal ( STF ) contra supostos propagadores de "fake news", o empresário Erminio Nadin, de 67 anos, disse que pretende continuar com as postagens contra os integrantes da Corte.
— Tudo que eu falei é verdade. Se me chamarem  lá (prestar depoimento), vou reafirmar. Vão me prender? Prendam!
Nadin conta que os policiais federais ficaram cerca de uma hora em sua casa, um imóvel simples no bairro da Vila Prudente, na Zona Leste de São Paulo. Um delegado e três agentes chegaram às 6h, num carro descaracterizado, quando o empresário e a mulher ainda dormiam. Nadin diz que os policiais não estavam armados e foram educados.
— O exagero foi do STF, do ministro Alexandre de Moraes. Agora virou a ditadura judicial, ditadura do STF. Eu sempre postei porque sou contra as atitudes deles, porque ali tem muita coisa errada — afirmou.
Nadin diz que usa apenas o Facebook para postagens, apesar de também ter contas no Instagram e no Twitter. Os agentes levaram apenas o seu computador após realizar a busca na casa.
— Levaram o computador. Falaram: vamos pegar os dados e depois o senhor vai reaver.
O empresário conta ainda que faz apenas postagens de material que vê na própria rede social acrescido de comentários.
— Tudo que postei, compartilhei do Facebook. Colocava um pequeno texto em cima
A empresa de Nadin produz roupas para cachorro que são vendidas para petshops. No passado, já chegou a ter 200 funcionários, mas hoje trabalha sozinho.Eleitor do presidente Jair Bolsonaro, relata ter começado a postar mensagens contra os ministros do Supremo há cerca de seis meses.
— Prendem os corruptos e eles (ministros do STF) livram os caras, arquivam as investigações.
O empresário nega fazer parte de uma ação orquestrada contra o Supremo
— Eu ajo por minha conta, pelo meu ponto de vista. Este país tem que ser um país decente.
Nadin se sente revoltado com a corrupção e diz que o Supremo falha no combate.
— O dinheiro que pago de impostos é revertido em propina, não é em benefício da própria comunidade. Na minha opinião, os corruptos são verdadeiros assassinos. Não só bandido que mata. É falta de hospital, falta de remédio — afirma o empresário, que diz ainda que o Supremo está favorecendo a corrupção. — Não estão combatendo a corrupção. O STF tem que julgar e punir, mas não faz isso. Está fazendo exatamente o contrário. Estão soltando bandidos que não poderiam estar soltos.

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