No processo sobre o tríplex do Guarujá, os advogados de Lula preocuparam-se mais em desqualificar a força-tarefa da Lava Jato e Sergio Moro do que em qualificar a defesa do seu cliente. Deu em 12 anos e 1 mês de cadeia. Em outros dois processos que Lula responde na jurisdição de Moro, a defesa continua mais empenhada em atacar do que em defender. A julgar pelo movimento da balança do TRF-4, a coisa não acabará em absolvição.
O tribunal de segunda instância que cuida da Lava Jato já havia indeferido um par de recursos em que os defensores de Lula pediam a retirada dos processos das mãs de Moro. Invocava-se a suspeição do magistrado, sob a alegação de que ele participara de evento organizado pela empresa Lide, ligada ao tucano João Doria. Inconformados, os advogados de Lula apresentaram embargos. Nesta quarta-feira, o desembargador João Pedro Gebran Neto, indeferiu também os embargos.
Gebran anotou que não havia omissão ou contradição a ser corrigida, como alegavam os advogados do preso petista. ''No caso, há mera insatisfação com o resultado do julgamento, o que não abre a oportunidade de rediscussão pela via dos embargos de declaração'', anotou o desembargador.
A tese segundo a qual o demônio de Lula se chamava Sergio Moro perdeu o prazo de validade no instante em que três desembargadores do TRF-4 confirmaram a sentença sobre o tríplex, elevando a pena. Ficou ainda mais fraca quando cinco ministros do STJ negaram habeas corpus preventivo a Lula. Evaporou quando o plenário do STF, por 6 votos a 5, abriu a cela de Curitiba para o primeiro ex-presidente da história condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
Entre os processos que aguardam a sentença de Moro está o que envolve o sítio de Atibaia. Se um tríplex no qual Lula diz não ter passado nenhuma noite rendeu mais de 12 anos de cana, imagine-se o tamanho da pena que está por vir. Lula usou e, sobretudo, abusou do sítio, terceirizando seus confortos à Odebrecht e à OAS. Ao insistir na tática da desqualificação do juiz, a defesa esclarece apenas que Lula continua indefeso.
Josias de Souza
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