Explico
o título e exponho os fatos. Servidores em greve e a Polícia Militar do
Distrito Federal entraram em confronto na Esplanada dos Ministérios,
entre os prédios da Educação e do Planejamento. Os policiais tentaram
desalojar manifestantes instalados na marquise de um dos edifícios, e o
pau comeu: voaram chinelos, latas e até um sinalizador. Aí a PM recorreu
ao spray de pimenta… Não há radical que não recobre a razão com
argumento tão convincente…
Pois é.
Agora falo um pouco do meu título em estilo petralha. Alguém duvida de
que, em boa parte da imprensa, seria mais ou menos essa a abordagem se
algo semelhante ocorresse, como já ocorreu, em São Paulo? Só se trocaria
o partido, claro: “Polícia do PSDB…” Por aqui, diga-se, já li coisa
pior: “PM de Serra; PM de Alckmin…”, como se a força de segurança
pertencesse ao governante, não ao estado.
Professores
das universidades federais estão em greve há mais de 60 dias. As
agências reguladoras também estão paradas. Há uma pressão em favor da
paralisação de outras categorias. Estivesse instalado no Palácio do
Planalto um presidente tucano, parlamentares petistas se colocariam à
frente do movimento — a exemplo do que sempre fazem em São Paulo. Em
2008, uma minoria da Polícia Civil paulista em greve tentou criar um
confronto armado. Os companheiros estavam lá…
Estou muito
decepcionado com o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da
Presidência e homem encarregado da interlocução com os “movimentos
sociais”. A cada vez que a força policial teve de agir em São Paulo,
este grande articulador das massas reagiu negativamente. No caso do
Pinheirinho, por exemplo, em que a PM atuou sob determinação expressa da
Justiça, ele anunciou ao mundo que o PT tem outra maneira de tratar as
questões sociais. Entendo: o gás de pimenta da “PM do petista Agnelo
Queiroz” é, assim, uma espécie de éter da democracia…
Abaixo, há
algumas fotos de Andre Borges, da Folhapress. Eu não mudei uma vírgula
do que penso. Sou contra greve de servidores. Boa parte do que se viu
hoje na Esplanada é vandalismo, não reivindicação. Eu me oponho a essa
forma de ação política em São Paulo, em Brasília ou em qualquer lugar.
Gente que depreda o patrimônio público tem é de ir em cana. Ademais,
essas manifestações mais radicalizadas são comandadas por grupos ligados
ao PSTU e ao PSOL, exemplos de “oposição” ao petismo que não me servem.
Nem tudo o que não é PT é bom! Se um país sob o comando dos
companheiros é isso que vemos, imaginem como seria sob a guarda dos
vermelhos do miolo mole…
Assim, não
aplaudo nem apoio tais atos. Mais ainda: a PM cumpriu a sua função ao
reprimir ações que deixam de lado a reivindicação e partem para o crime.
Mas esse sou eu, insisto. Não surpreendo ninguém ao escrever certas
coisas. Eu gostaria é de ver um pouco mais de coerência do companheiro
Carvalho, entenderam? Por que ele não abandonou o conforto do gabinete e
não foi lá conversar com os “camaradas”, demonstrando o jeito diferente
que o PT tem de fazer as coisas? E o mesmo se pode dizer sobre a
companheira Dilma, como ficará claro no próximo post.
REV VEJA
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