Carlos Armando Paschoal, diretor superintendente da Odebrecht, confirmou a informação nesta quarta-feira. "Isso não está nos 820 milhões de reais. Não está no nosso contrato. Vai ser uma obra a ser contratada pelo governo do estado de São Paulo", garantiu o executivo, em entrevista à rádio CBN. Ele explicou que o valor da obra está previsto para uma arena de 48.000 lugares, incluindo toda a estrutura de camarotes e dentro do padrão Fifa para uma abertura de Copa.
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Desde o princípio, o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, disse que não pagaria a diferença para ter um estádio de abertura de Copa. O principal entrave era a capacidade, já que a Fifa exige pelo menos 65.000 lugares. No clube, todos entendiam que o custo de se manter uma arena maior do que 48.000 lugares era inviável. Assim, a solução encontrada para ter o jogo inaugural do Mundial foi convencer o governo estadual a bancar a estrutura provisória.
"O que o estado vai fazer é dar apoio logístico ao evento de abertura da Copa e não ao estádio do Corinthians. Após a realização dos jogos, essa estrutura será retirada. Nenhum parafuso dessa estrutura provisória ficará com o Corinthians", explicou Emanuel Fernandes, secretário estadual de Planejamento e Desenvolvimento e coordenador do Comitê Paulista da Copa de 2014, ao confirmar o gasto com os 20.000 lugares extras do Itaquerão.
E não serão apenas esses 70 milhões de reais que sairão do bolso do contribuinte para o Itaquerão. Nesta quarta-feira, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, assinou a lei que libera 420 milhões de reais em impostos no terreno da construção do Itaquerão. Da cerimônia de assinatura participaram o governador Geraldo Alckmin, o presidente corintiano Andrés Sanchez e o ministro do Esporte, Orlando Silva. Aplaudido de pé ao discursar, Kassab se mostrou emocionado. "Estamos contribuindo para a alegria do povo brasileiro e para o desenvolvimento da Zona Leste", empolgou-se. A chance de dar um novo fôlego à região - que, com quase quatro milhões de habitantes, merece, de fato, atenção especial do poder público - tornou-se o mote da sede paulista da Copa do Mundo. Todas as autoridades reunidas nesta quarta falaram sobre a oportunidade de ajudar a área mais populosa da cidade, argumento preferido para justificar a decisão de conceder um pacote de incentivos tão generosos a uma instituição privada, o Corinthians.
A bandeira do desenvolvimento da Zona Leste, é claro, só foi erguida na reta final do controverso processo de escolha do estádio de São Paulo. Quando a opção preferida era o Morumbi, a propaganda era pela ausência de dinheiro público no projeto. Quando surgiu a ideia do Piritubão, falava-se na chance de criar um novo pólo de desenvolvimento na cidade. Tudo ficou para trás. Agora, o projeto paulista para a Copa é uma grande transformação urbana e social. "Daqui para frente, será uma nova Zona Leste", gabou-se Andrés Sanchez.
O cartola justifica a necessidade de investimento público no estádio dizendo que, se dependesse dele, o Itaquerão seria apenas o campo do Corinthians, não a sede paulista da Copa. Como a Fifa exige uma capacidade maior do estádio que vai receber a abertura, todas as adaptações necessárias ao projeto original foram colocadas na conta do poder público.
(Com Agência Estado)
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