Antonio Palocci é o articulador político do governo. Mas como ele faz para articular a própria sobrevivência? Eis o busílis. Isso teria de ser operado por outra pessoa — o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, por exemplo. Acontece que ninguém dá bola para Sérgio, ora essa! Nunca apitou nada! Palocci sempre cuidou de tudo sozinho. O outro não chegava a ser nem mesmo um seu estafeta, não existia. Como é que alguém poderia lhe dar atenção agora, da noite para o dia.
No petismo, não há ninguém hábil o bastante para isso — talvez Paulo Bernardo, que é, ou era, da turma de Palocci. Gleisi Hoffmann, mulher de Bernardo, senadora pelo PT do Paraná, foi a primeira petista a pedir a cabeça do chefe da Casa Civil.
A eventual saída de Palocci é, sim, um problemão para Dilma. Mas parece que a crise passaria mais depressa do que a sua manutenção no cargo. Ela não é do ramo, mas não é besta. Sabe que, se houvesse alguma explicação razoável para seu enriquecimento, Palocci já a teria dado há tempos.
REV. VEJA
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