Na lista estão Jader Barbalho, Renan Calheiros, Anibal Gomes e Silas Rondeau. Afirmação foi dada em audiência com juiz Sérgio Moro, em Curitiba.
Ao ser questionado pelos próprios advogados, Jorge Luz disse que sabia
quem eram os políticos que receberiam as vantagens indevidas da
Petrobras.
“Inclusive participei da reunião de agradecimento. Inclusive o Fernando
[Baiano] disse aqui que ao final o Jader o seguinte: ‘Vocês cumpriram o
papel de vocês, agora o problema é nosso’. Jader Barbalho, Renan
Calheiros, Anibal Gomes, Silas Rondeau, esses são os agentes políticos”,
afirmou Luz.
Esta audiência faz parte do processo ligado à 38ª fase da Operação Lava
Jato, batizada de Blackout. A ação investiga o pagamento de propinas na
contratação e operação de dois navios-sondas da Petrobras. Jorge Luz e o
filho dele, Bruno Luz, são réus no processo e estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
“O apoio se traduziria numa ajuda financeira e se traduziria também na
oportunidade que esses políticos pudessem participar de algumas
operações que viessem a surgir”, disse Jorge Luz. Segundo ele, Fernando
Baiano representava os diretores, e Anibal Gomes os políticos.
Fernando Baiano foi condenado em processos da Lava Jato como crimes
como lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Ele foi apontado pela
força-tarefa da opoeração como um dos intermediadores de propina no
esquema da Petrobras.
De acordo com Luz, em determinado momento houve um desgaste entre
Fernando Soares e Anibal Gomes. A partir deste momento, Luz afirmou que
passou a ser intermediário na recepção das contas que o Anibal passava.
Outro lado
Procurado, o senador Jader Barbalho em nota que nunca fez negócios com
Jorge Luz. “O senador diz que as declarações do criminoso devem ser
averiguadas pela Justiça. Também diz que conhece Jorge Luz, mas jamais
fez qualquer tipo de negócio com ele", diz a nota.
Também em nota, Renan Calheiros disse que conheceu Jorge Luz, mas não
mantém contato com ele. “O senador Renan afirma que conheceu Jorge Luz
há mais de 20 anos e desde então nunca mais o encontrou ou falou com
ele. Diz ainda que não conhece nenhum dos seus filhos. Há 20 dias, o
senador prestou depoimento ao juiz Sergio Moro como testemunha de Luz e
reafirmou que a citação a seu nome é totalmente infundada", afirma o
texto.
O deputado Aníbal Gomes disse que, apesar de conhecer Jorge Luz, não
mantinha relação próxima com ele. “Desconheço totalmente esse tipo de
acordo. Li a informação na imprensa, mas desconheço tudo isso que foi
dito. Conheci o Jorge Luz, mas nunca tive intimidade com ele, muito
menos negócios. Nunca", afirmou.
Outra citação
Os
senadores Renan Calheiros e Jader Barbalho foram citados anteriormente
pelo colaborador da Operação Lava Jato Felipe Parente. O empresário e
advogado afirmou que entregou propina para Calheiro e Barbalho.
Parente foi citado pela primeira vez nas investigações da Lava Jato
pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, outro colaborador da
operação. Segundo Machado, o empresário era encarregado de levar propina
para a cúpula do PMDB. Em troca, de acordo com o ex-presidente da
estatal, Parente recebia 5% dos valores transportados.
Por Bibiana Dionísio e Samuel Nunes, G1 PR, Curitiba
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