Independente de qualquer discussão sobre a validade do projeto, e por mais que o presidente da República insista que a recessão já seria coisa do passado, cabe deitar-se sobre valor tão alto num tempo em que o país segue cortando gastos. Porque o bom uso da poupança pública é, talvez, a discussão mais importante de qualquer gestão.
Por exemplo: sufocada de trabalho, a Lava Jato vem sendo obrigada a assumir um ritmo mais lento. As operações policiais que surpreendiam o noticiário logo cedo agora caminham com uma frequência menor. Para 2017, o orçamento da força-tarefa em Curitiba começou com R$ 501 mil. Ao longo do ano, recebeu um aporte de igual valor e só então superou o primeiro milhão de reais.
Não é preciso nem pegar uma calculadora para confirmar que o volume autorizado para a Sapo Produções bancaria oito anos de trabalho da trupe de Deltan Dallagnol. Ou, ainda melhor, ampliaria em oito vezes a capacidade de atuação do mesmo grupo já agora em 2017.
Como reservar tanta verba pública à produção artística num país ainda tão carente em temas básicos, como saúde, educação e segurança? Será que os produtores não teriam como levantar essa verba com os fãs tão apaixonados do grupo? O fato de ambas as notícias dividirem um mesmo noticiário deveria servir como alerta de que o Brasil precisa rever as prioridades. DO IMPLICANTE
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