Saiu às ruas mais uma operação
político-policial. Dessa vez, investiga-se o eletrolão. É irmão gêmeo
do petrolão. A diferença é que envolve assaltos praticados por PMDB e PT
em obras do setor elétrico, não da Petrobras. A operação de hoje foi
centralizada em dois personagens: Márcio Lobão, filho do senador Edison
Lobão, e Luiz Otávio, cupincha do senador Jader Barbalho. Os dois são
acusados de receber propinas em nome do PMDB do Senado. Respondem ao
processo, além de Lobão e Jader, Renan Calheiros, Romero Jucá, Valdir
Raupp… É a fina flor do PMDB. É a tribo de Michel Temer. São os amigos
do presidente.
O que mais incomoda não é a investigação do
assalto, mas a impressão de que os suspeitos continuam em cena. O filho
de Lobão ocupa um posto de comando no Banco do Brasil. O cupincha de
Jader despachava no Ministério dos Transportes até o mês passado.
Aguarda nova colocação. Tudo pode mudar no país, exceto o PMDB, que
continua.
A movimentação da Polícia Federal ocorre num instante em
que o chefe da Casa Civil de Temer, Eliseu Padilha, pilhado numa
gravação dando aula de fisiologismo, justifica-se dizendo que a ocupação
do Estado pelos partidos é “mais do que normal.” Temer deveria nomear
uma criança para a Casa Civil. No teatro infantil, com sua comédia
ingênua, as crianças costumam se integrar à catarse. Elas participam do
espetáculo. Avisam para a Chapeuzinho Vermelho, aos berros, que o Lobo
Mau vai atacar. Às vezes, invadem o palco para tentar evitar o ataque. O
que falta a Temer é a perspicácia de uma criança de cinco anos, capaz
de saltar da poltrona do teatro e gritar para o presidente: “Fuja dos
seus amigos!” DO J.DESOUZA
Nenhum comentário:
Postar um comentário