O presidente do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE), devolveu nesta
quinta-feira (16) à Câmara dos Deputados o projeto de lei que reúne
propostas do Ministério Público Federal de combate à corrupção.
O projeto estava no Senado desde novembro do ano passado após os deputados terem aprovado o texto, que foi desfigurado na Câmara – os parlamentares retiraram seis das dez propostas apresentadas pelo MPF.
Em dezembro, antes mesmo de os senadores se debruçarem sobre a
proposta, o ministro Luis Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a tramitação do texto. Com a decisão, o projeto terá de ser apresentado novamente à Câmara e iniciar seu andamento da estaca zero.
A decisão de Fux foi tomada na análise de uma ação apresentada no
início do mês pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) que
buscava anular as mudanças feitas na Câmara, que, dentro do projeto,
ampliaram as punições e juízes e procuradores por abuso de autoridade.
Fux derrubou todas as mudanças feitas no texto original, na comissão da
Câmara e no plenário, por ver um erro na apresentação do projeto no
Legislativo.
"Todas as alterações que foram feitas na Câmara têm que tirar, foram
anuladas, e o projeto volta à estaca zero", afirmou, em dezembro, o
ministro ao G1.
Segundo o ministro Fux, o pacote anticorrupção da Câmara deveria ter
sido apresentado como proposta de iniciativa popular, pelo fato de ter
sido protocolado com apoio de mais de 2 milhões de pessoas.
As assinaturas de apoio foram colhidas pelo próprio Ministério Público,
mas o protocolo do projeto na Câmara foi feito em nome dos deputados
Antonio Carlos Mendes Thame (PV-SP), Diego Garcia (PHS-PR), Fernando
Francischini (SD-PR) e João Campos (PRB-GO).
"Eu nao fazia da parte da Mesa [Diretora] anterior. Eu estou tomando as
providências de pendências que ainda se encontram na Mesa [...]. Na
hora em que eu tomei conhecimento que havia uma liminar em relação a
essa matéria, ela estava na CCJ. Eu fiz um ofício a CCJ, pedi de volta o
processado, e no dia seguinte encaminhei de volta para a Presidência da
Câmara dos Deputados, e comuniquei ao ministro Fux que estava cumprindo
a liminar que ele havia dado não para essa Mesa, mas para a Mesa
anterior", afirmou Eunicio nesta quinta.
A ação
A ação original de Eduardo Bolsonaro pedia somente a anulação da
votação na Câmara que inseriu novas punições por abuso de autoridade
para magistrados.
A emenda sobre o assunto foi inserida no texto por iniciativa do
deputado Weverton Rocha (PDT-MA). Para Eduardo Bolsonaro, o projeto
inicial se referia exclusivamente no combate à corrupção.DO G1
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