VITÓRIA - A Polícia Militar do Espírito Santo suspende a paralisação
na manhã deste sábado, 11. Depois de mais uma rodada de negociação, o
governo não se comprometeu com reajuste. O acordo firmado prevê que o
governo analise o cronograma de promoções e suspenda a punição aos PMs
amotinados.
Na manhã desta sexta-feira, a Secretaria de Segurança havia
anunciado que 703 PMs foram indiciados por crime de revolta (motim de
policial armado). O governo se comprometeu ainda a apresentar cronograma
para promover policiais que têm direito à progressão na carreira por
tempo de serviço prestado e a formar comissão para analisar a carga
horária da corporação e apresentar propostas em 60 dias.
Nos sete dias de paralisação, 121 pessoas foram assassinadas no
Estado, 666 veículos roubados e furtados e 300 lojas saqueadas. Os dados
são parciais e ainda não foram confirmados pela Secretaria de
Segurança.
ENTENDA A CRISE NO ESPÍRITO SANTO
Familiares e amigos de policiais militares no Espírito Santo
começaram, na noite de sexta-feira, 3, a fazer manifestações impedindo a
saída das viaturas para as ruas e afetando a segurança dos municípios.
Sem reajuste há quatro anos, os PMs reivindicam aumento salarial e
melhores condições de trabalho.
O motim dos policiais levou a uma onda de homicídios e ataques a lojas. Com medo, a população passou a evitar sair de casa e donos de estabelecimentos fecharam as portas. Os capixabas já estocam comida.
Na segunda-feira, 6, a prefeitura de Vitória suspendeu o funcionamento das escolas municipais e de unidades de saúde.
Também na segunda, o governo federal autorizou o envio da Força Nacional e das Forças Armadas para reforçar o policiamento nas ruas de cidades do Espírito Santo. Apesar do reforço, o clima de tensão se manteve no Estado.
A morte de um policial civil na noite de terça-feira, 7, motivou uma paralisação da categoria na quarta, agravando ainda mais a crise de segurança no Espírito Santo.
Após o fracasso nas negociações com policiais militares do
Espírito Santo, o governo capixaba decidiu endurecer com os PMs e com as
mulheres líderes do motim. No total, 703 policiais militares já foram indiciados por crime de revolta. DO ESTADÃO
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