Prezados Colegas,
Neste dia 14 de dezembro, em que comemoramos o Dia Nacional do
Ministério Público, venho à rede para reafirmar o orgulho e a honra de
integrar esta Instituição. Ser Ministério Público é o que nos move, o
que nos motiva, o que não nos deixa esmorecer. Esse tem sido o meu
norte, reforçado a cada novo Procurador da República que, ao tomar
posse, me faz reviver e renovar os ideais e sonhos que experimento desde
o meu primeiro dia de atuação funcional. Na Procuradoria-Geral da
República, esses sentimentos surgem com maior vigor.
No entanto, os mares nem sempre são calmos. A hora é grave e decisiva para o nosso futuro.
Às milhares de ações que fazem parte de nosso cotidiano veio se somar a
maior e mais complexa investigação criminal de que se tem conhecimento,
que avança e desagrada parte da estrutura de poder. Esse processo,
necessário para a consolidação da democracia, das instituições e da
própria República, jamais transcorreria sem tribulações para o país e,
particularmente, para o próprio Ministério Público.
A Lava Jato é fato que se impõe a todos. Prosseguir é, sobretudo, um
dever institucional. Exercer o munus de conduzir uma investigação de
combate à corrupção de tamanha magnitude requer serenidade,
profissionalismo e, acima de tudo, resiliência.
Muitas forças se levantam contra o Ministério Público nesse momento,
não por seus eventuais erros, mas pelo acerto de seu trabalho. Fazer
parte desse processo, que representa mudança de cultura e progresso
social, sempre e necessariamente, contraria fortes interesses dos que se
habituaram a tirar proveito de um sistema, em sua maior parte,
corrompido. A reação é, muitas vezes, desproporcional. Exemplo disso são
os inúmeros projetos de lei, pautados ou aprovados nos últimos dias e
especialmente nas últimas horas, a toque de caixa, contendo institutos e
instrumentos que podem servir para coartar a Instituição ou que, de
alguma maneira, afetam o exercício eficiente das nossas atribuições.
Nenhum deles jamais teve o meu apoio.
As ameaças de retaliação e o revanchismo não podem nos desviar do
caminho reto que é o cumprimento do dever. Somos forjados na luta diária
contra injustiças de toda ordem. É preciso coragem para agir, apesar
dos desígnios contrários à nossa atuação institucional. Coragem que sei
existir em cada um de nós. Coragem que dignifica e permite acreditarmos
em um amanhã melhor para o nosso País.
A hora é de nos mantermos firmes no bom combate. A hora é de sermos o
Ministério Público do primeiro dia de trabalho. Ainda há muito por
fazer. E faremos.
Festejemos o Dia Nacional do Ministério Público com vigor no nosso trabalho.
Sigamos unidos!
Forte abraço!
Rodrigo Janot
Nenhum comentário:
Postar um comentário