sexta-feira, 20 de julho de 2012

Serra reage a factoide petista, criado em parceria com jornalismo dedo-duro

Se falta tutano a muito tucano — coisa que, embora com rima, parece sem solução —, que, então, José Serra, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, coloque as coisas no seu devido lugar. Foi o que fez nesta sexta. A que me refiro? Quatro militantes tucanos — APENAS QUATRO, NÃO QUATROCENTOS — abordaram o petista Fernando Haddad  sobre a greve nas universidades federais. Diziam-se estudantes — se eram mesmo, não etá claro. De todo modo, foram “denunciados” por reportagem da Folha como “tucanos que não se identificaram”. Havia, assim, certo sotaque de denúncia na coisa. Os quatro rapazes não foram violentos, agressivos, deseducados, nada. A campanha de Haddad, ora vejam, acusou “fascismo”. É piada! Escrevi dois posts (aqui e aqui) a respeito. No segundo, demonstro como age a tropa petista. Os tucanos, claro!, saíram a condenar os rapazes, que não fizeram nada demais, a um passo de pedir desculpas para os petistas. Uma coisa constrangedora! Até fiz uma ironia sobre a conversa mole de que sou tucano. Até parece que sou do tipo que pede desculpas por exercer um direito!!! Feio, isto sim, é ameaçar, partir para o quebra-pau, para a baixaria dos dossiês, para a campanha suja na Internet. Quem faz isso mesmo de modo sistemático?
Pois bem. Abaixo, reproduzo trechos da reportagem de Daniela Lima, na Folha Online. Serra, parece-me, disse a coisa certa. Leiam. Volto em seguida.
No ataque mais duro que fez ao partido adversário desde o início desta campanha, o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, acusou o PT de ter tradição em espionagem, fabricação de dossiês, violação de sigilo e pancadaria. Em entrevista, Serra disse ainda que os petistas usam “blogs sujos” para atacá-lo na internet. “A SA nazista hoje tem outra configuração no Brasil, que é na internet, a tropa da internet”, afirmou.
Serra deu as declarações na tarde desta sexta-feira (20), em evento com candidatos a vereador por sua coligação. Sua fala foi considerada uma resposta às críticas que petistas fizeram a um ato organizado por manifestantes tucanos durante uma agenda do candidato do PT, Fernando Haddad. Com cartazes nas mãos e sem se identificar como militantes tucanos, quatro jovens pediram explicações a Haddad sobre as greves nas universidades federais. O coordenador da campanha de Haddad, vereador Antonio Donado, chegou a dizer ontem que os manifestantes tucanos eram “fascistas”. Serra falava sobre precauções que os candidatos deveriam tomar ao fazer o enfrentamento com o PT no debate político e usou o texto como gancho para os ataques.
“Há uma outra coisa que é a questão da violência e da baixaria. Eles têm tradição nisso. Fizeram espionagem. Em 2006, o dossiê dos aloprados e, em 2010, a violação de sigilos, além de pancadaria.” Ainda durante a fala no palanque, Serra lembrou um episódio que, segundo ele, ocorreu após um debate na campanha de 2006. “Eu, pessoalmente, sofri pancadaria. No dia que houve o debate da Canção Nova, das TVs católicas, na saída, tinha uma tropa do Mercadante [então candidato do PT, Aloizio Mercadante, hoje ministro da Educação] que veio para o tapa mesmo. Veio brigar”, afirmou.
(…)
Voltei
No segundo post que escrevi a respeito (aqui), demonstro, com fatos, fotos e vídeo, algumas das vezes em que os petistas partiram para a pancadaria. Curiosamente, os arruaceiros foram chamados pela imprensa de, vejam que mimo!, “manifestantes”. Digam aí: QUANTAS VEZES VOCÊS VIRAM MILITANTES TUCANOS MOLESTANDO ADVERSÁRIOS NAS RUAS, EM COMÍCIOS OU ATOS OFICIAIS? Essa tecnologia é assinada, não é mesmo? Tem origem e dono. Não obstante, quatro militantes tucanos que têm a ousadia de levantar uma cartolina com questionamento a Haddad são “denunciados” pela imprensa. Tenham paciência!

Serra fez muito bem em reagir. Os tucanos precisam parar de pedir desculpas ao PT pelos erros que não cometeram. Já basta viverem se desculpando pelos acertos cometidos… Não sei se fui muito sutil…
Para encerrar
Sim, eu defendo que se dê a ligação política ou filiação partidária de manifestantes. Como já lembrei aqui, eu mesmo destaco a vinculação de setores radicalizados do funcionalismo com PSTU e PSOL. Já me disseram que, ao fazê-lo, ajudo o PT. Ainda que fosse verdade, estou pouco me lixando. Escrevo o que quero, sem perguntar a quem ajudo. Jornalista que se preocupa com isso perde a independência. Adiante.
Chamo a acusação contra o PSDB de “dedo-duro” porque foi seletiva. Os brutamontes das blitzen armadas por petistas contra adversários — a última bastante agressiva se deu no aniversário de São Paulo — são sempre chamados pela imprensa de “manifestantes”. E agora decidem demonizar quatro jovens do PSDB, que se manifestaram de forma pacífica, como se fossem arruaceiros??? Sim, aí vira coisa de dedo-duro — e a serviço de um partido.
O jornalismo paulistano vive dando visibilidade, por exemplo, aos números aloprados sobre a gestão da cidade de uma ONG chamada “Nossa São Paulo”. Não se tem a decência de informar que o comandante da entidade, Oded Grajew, é um militante petista, ex-assessor especial de Lula. Ah, não! Nesse caso, ele vira apenas representante da “sociedade civil”!!!
Corrigindo um erro muito comum da fala popular, lembro que está na hora de a imprensa paulistana começar a, de fato, usar dois pesos e duas medidas — isto é, empregar os mesmos critérios com todos. Por enquanto, está na fase de “um peso e duas medidas”, que é a metáfora certa quando se quer apontar uma injustiça ou um desequilíbrio. 
Por Reinaldo Azevedo

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