sexta-feira, 20 de julho de 2012

Caso Cachoeira: um delegado desaparecido, outro assassinado, um juiz e uma procuradora ameaçados de morte: o que falta para que o ministro da Justiça decrete uma ação de emergência da Polícia Federal?


Por Ricardo Setti
O delegado Hylo, na foto concedendo uma entrevista à TV: citado em telefonemas de Cachoeira, está desaparecido desde o dia 14
(Foto: tvcmn.com.br)
O delegado da polícia de Goiás Hylo Marques Pereira, citado em conversas telefônicas do malfeitor Carlinhos Cachoeira gravadas com autorização da Justiça, está desaparecido há seis dias.
Este é o mais recente fato estranho e grave ligado, de alguma forma, às investigações sobre Cachoeira e seus tentáculos.
O agente da Polícia Federal Wilton Tapajós Macedo atuou na chamada Operação Monte Carlo, que levou à prisão de Cachoeira, participou desta prisão e, com seu trabalho, ajudou a por a nu as relações promíscuas do malfeitor com o mundo político políticos, além de contribuir para a desgraça política do ex-senador Demóstenes Torres.

Tapajós: importante na investigação da Operação Monte Carlos, e assssinado com dois tiros no cemitério de Brasília
(Foto: Perfil no Facebook)
Foi assassinado a tiros no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília. A PF diz já ter dois suspeitos, cuja captura estaria “próxima”. Sem mais detalhes.
Antes, recebera ameaças anônimas.

Ameaça de morte: o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, que decretou a prisão de Cachoeira, recebeu ameaças e à família e pediu remoção do posto

O juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, da 11ª Vara Federal de Goiás, o responsável pela decretação da prisão de Cachoeira e pela autorização à Polícia Federal para interceptar telefonemas de suspeitos de integrar a quadrilha, pediu afastamento devido a ameaças diretas e indiretas a si e sua família.
A procuradora Léia Batista, ativa no caso Cachoeira pelo Ministério Público de Goiás, pediu proteção ao Conselho Nacional de Justiça em razão das ameaças de morte que recebeu.

A procuradora de Justiça Léia Batista: ameaçada de morte, pediu proteção ao Conselho Nacional de Justiça
O que mais será necessário para que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, decrete uma emergência e coloque o que puder em matéria de recursos humanos, de informação e técnicos da Polícia Federal para verificar aonde levam os fios desse novelo?
Será preciso que ocorram oito mortes suspeitas ou homicídios de possíveis testemunhas, como desgraçadamente se deu com o caso do prefeito Celso Daniel, para que se note que há algo estranhíssimo e grave em andamento?
A propósito, as oito mortes do caso Celso Daniel — estamos no Brasil — ficaram, como sabemos, por isso mesmo.

20/07/2012
DO R.DEMOCRATICA

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