sábado, 23 de junho de 2012

Realismo fantástico: Paraguai inventa o “golpe dentro da lei”

A presidente Dilma Rousseff sugeriu que o Paraguai fizesse um acordo político para que o presidente esquerdista Fernando Lugo ficasse no poder até o final de seu mandato. Fico aqui imaginando o que Dilma e os petistas diriam se algum governante estrangeiro, digamos o americano, sugerisse um “acordo político” para manter o direitista Fernando Collor na Presidência.
De qualquer maneira, Lugo não é mais presidente do Paraguai, destituído estritamente segundo as leis do país. No entanto, tem gente dizendo que foi “golpe” apesar de ter “amparo legal”.
Então é isso: a América Latina, pródiga em realismo fantástico, acaba de inventar o “golpe que respeita a lei”.

Paraguai vai superar crise após impeachment de Lugo, diz governo da Espanha

Federico Franco assumiu a presidência do Paraguai - AFP
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Federico Franco assumiu a presidência do Paraguai
Madri, 23 - O governo da Espanha defendeu neste sábado o pleno respeito à institucionalidade democrática e ao estado de direito, e manifestou a confiança de que o Paraguai conseguirá resolver a atual crise política, assim como garantir a segurança de seus cidadãos após o impeachment do presidente do país, Fernando Lugo.
O ex-bispo católico foi afastado ontem à noite da Presidência do Paraguai após ser considerado "culpado" de mau desempenho em suas funções em um "julgamento político", e foi substituído por seu vice, Federico Franco, que chefiará o governo até o término do mandato, em agosto de 2013.
O Executivo espanhol informou em comunicado que "acompanhou com atenção" o desenrolar do julgamento de Lugo, e disse ter "tomado nota" de sua decisão de acatar a resolução do Senado de afastá-lo.
"A Espanha defende o pleno respeito à institucionalidade democrática e ao Estado de direito, e confia que o Paraguai, em respeito à sua Constituição e aos compromissos internacionais, conseguirá pôr fim à atual crise política, assim como garantir a convivência pacífica do povo paraguaio", acrescentou a nota.
Além disso, o governo espanhol informou que mantém contato com os países da União de Nações Sul-americanas (Unasul) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), e que deseja colaborar com essas instituições para ajudar o Paraguai a superar esta situação.
FONTE: ESTADÃO

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