quarta-feira, 2 de maio de 2012

A Grossura é o Estilo, ou A Falta de Macho no Planalto

por Tereza Cruvinel
O estilo é o homem!”, dizia o francês George Buffon lá pelos idos de 1707. As mulheres sempre tiveram estilo, mas como não tinham poder, ficaram fora da frase. Com seu estilo personalíssimo de ser e governar, a presidenta Dilma colhe admiração e respeito mas também semeia mágoas, chegando a criar agora uma fricção diplomática. Esta semana, a embaixadora da Colômbia no Brasil, María Elvira Pombo Holguin, foi ao Itamaraty protestar contra o tratamento que recebeu da presidenta em Cartagena, durante a Cúpula das Américas: Dilma deu-lhe uma bronca na frente de outras pessoas, pensando tratar-se de uma funcionária do Governo brasileiro. A embaixadora, que já viveu bastante tempo no Brasil, fala um português quase perfeito, o que facilitou a confusão da presidenta. Antes de ser nomeada embaixadora ela ocupava o cargo de diretora-geral do Escritório Comercial do Fundo de Promoção das Exportações da Colômbia (Proexport) no Brasil e foi cônsul de seu país em São Paulo.
No domingo, 15 de abril, Dilma informou o anfitrião, o presidente da Colômbia Juan Manuel Santos, que pretendia antecipar seu retorno ao Brasil pois, como não haveria declaração conjunta no final, por falta de consenso sobre a inclusão de Cuba no colegiado, sua presença não seria fundamental. Preferia voltar mais cedo para reduzir o estresse, chegando ao Brasil ainda no domingo, e não na madrugada de segunda-feira. Santos foi compreensivo e desmarcaram o encontro bilateral que teriam depois da cúpula. Ele mesmo informou a imprensa da alteração na agenda.
A seguir, Dilma pediu a seus auxiliares que preparassem o avião e tomassem outras providências para a partida. Algumas envolviam o governo colombiano, que também começou a se mobilizar para a mudança no plano operacional. Em algum momento, a embaixadora, que como é de praxe deslocara-se para seu pais, procurou a presidenta brasileira e informou-a de que o avião estava pronto para a decolagem. Neste momento Dilma se irritou, pois havia recebido informação contraditória de outro funcionário.
Fuzilando a embaixadora com o olhar, disse que o avião não estava pronto coisa nenhuma, e criticou a incompetência dos responsáveis pelo assunto, como se Maria Elvira fizesse parte da equipe. Ela se retirou sem que Dilma percebesse a gafe cometida. Mas, chegando a Brasília, na quarta-feira foi ao Itamaraty e protestou contra o tratamento recebido. Correu no ambiente diplomático o rumor de que pretenda deixar o posto mas, na embaixada, a telefonista recusou-se a passar a ligação para um assessor de imprensa que pudesse falar do assunto. Disse que o pedido seria levado à própria embaixadora e que esta, se pudesse, retornaria a ligação. Não retornou, até o momento.
As broncas de Dilma em ministros e auxiliares já são conhecidas. Eles quase sempre engolem em seco. Há alguns meses, entretanto, ela enfrentou uma forte reação do governador do Ceará, Cid Gomes. Irritado com o tratamento que ela lhe dispensava, quando discutiam questões do Nordeste, levantou-se e deixou a reunião, dizendo que ela não falasse assim com um governador eleito como ela. Coube ao governador de Pernambuco e colega de partido, Eduardo Campos, colocar panos frios e trazer Cid de volta para a sala.
Este é o estilo. A mulher é o estilo.
Tereza Cruvinel foi Presidente da EBC, a TV do Lula
Fonte:  Tema Livre
COMENTO:  Novamente, a "grande mídia" - que enviou correspondentes internacionais para acompanhar o desempenho da Presidente ante seus pares americanos - se faz de morto para ganhar sapatos novos (ou verbas publicitárias novas). Para a autora do texto, "cumpanhêra" palaciana, a falta de consideração e respeito da Presidente é "estilo". Para mim, não passa de falta de macho, não no sentido marital, sexual, sentimental, ou semelhante, mas falta de alguém cuja auto estima e respeito próprio motive uma resposta à altura por ocasião dos 'pitis' presidenciais. O glorioso Osório afirmou que "A farda não abafa o Cidadão ...". É que naquele tempo não havia sinecuras e mordomias que, hoje, não só abafam o cidadão como emasculam muita gente boa.
DO MUJAHDIN CUCARACHA

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