E o assalto feito à Petrobras na Bolívia uma semana depois de Dirceu se encontrar com o índio de araque
O
presidente da Bolívia, Evo Morales, o índio de araque — o nativo de
gibi —, nacionalizou a empresa Rede Elétrica Espanhola (REE). A decisão
ocorre duas semanas depois de Cristina Kirchner ter dado uma rasteira
nos espanhóis no caso da Repsol. Ambas as ações têm tecnicalidades
distintas, mas são diferenças que não fazem diferença. Nos dois casos, a
brincadeira é a seguinte: “Nossos governos estão encalacrados, e temos
de achar um jeito de botar a culpa em alguém…” Como reza velho adágio de
Samuel Johnson, “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.
A
imprensa tem lembrado que à ação de Cristina se segue a de Morales. Mas
também pode ser o contrário. Quem inaugurou a moda de tomar pelas armas
o que pertence aos outros foi Evo, quando tungou, no dia 1º de maio de
2006, as duas refinarias da Petrobras na Bolívia. Elas tinham sido
compradas em 1999 por US$ 104 milhões. No período, receberam
investimentos de US$ 30 milhões. Oficialmente, o governo boliviano
ofereceu pela nacionalização US$ 112 milhões. Mas nunca ninguém viu a
cor do dinheiro. A Petrobras foi roubada e ponto.
E
como reagiu o governo brasileiro ao ver parte do patrimônio de seu povo
ser tungado? Deu o maior apoio ao índio de araque e ainda lhe abriu as
portas do BNDES para financiar uma estrada — aquela que acabou em rolo
com indígenas — que só serve ao transporte de folha de coca, que depois
vira o pó que inunda o Brasil e alimenta o narcotráfico. Evo foi
compreensivo com os brasileiros por tamanha generosidade. Pesquisem:
incentivou a criação de novos campos de cultivo da planta mais perto da
fronteira com o nosso país. A variedade plantada não serve para mascar
(o tal “consumo ritual”). Só serve mesmo, depois de processada, para…
cheirar!
Um
dos “consultores” ouvidos pelo governo boliviano dias antes de Evo
anunciar que roubaria as duas refinarias da Petrobras foi… José Dirceu.
Isso mesmo: o valente viajou à Bolívia no dia 23 de abril de 2006,
encontrou-se com o presidente e retornou no dia seguinte. Uma semana
depois, as refinarias não pertenciam mais à Petrobras, e o governo Lula
aplaudiu a decisão e deu crédito barato ao “querido Evo”. O Zé viajou
num jatinho Citation 7 registrado em nome da siderúrgica MMX, de Eike
Batista.
O
governo espanhol precisa aprender a ser bonzinho, como diria aquela
antiga personagem de Kate Lyra, como é o brasileiro. Em vez de reclamar
quando alguém lhe rouba alguma coisa, deve aplaudir. E ainda enviar “assessores” especiais para instruir os ladrões.
DO MOVCC
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