Em Genebra, ministro evitou responder sobre novas denúncias de tráfico de influência: ele não teria dado palestras pelas quais foi remunerado
JAMIL CHADE /, CORRESPONDENTE / GENEBRA - O Estado de S.Paulo
Escalado pela presidente Dilma Rousseff para participar da conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) no momento em que é alvo de suspeitas de tráfico de influência antes de assumir o cargo, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, simplesmente não apareceu na abertura do evento e não participou de outra reunião em que era aguardado, com países emergentes. Flagrado pelo Estado no aeroporto de Genebra ao deixar o país, Pimentel recusou-se a dar explicações sobre as conflitantes versões dos serviços de consultoria prestados à Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) por sua empresa, a P-21. Segundo reportagem do jornal O Globo, unidades regionais da Fiemg desconhecem palestras que Pimentel, segundo o então presidente da federação, Robson Andrade, teria dado para justificar o pagamento de R$ 1 milhão da entidade por seus serviços de consultoria.
"Eu não falo sobre isso. Tudo o que tinha para falar já falei", disse o ministro. Segundo a assessoria de Pimentel, o ministro falou de atividades de consultoria à Fiemg, e não palestras.
Diante da insistência de jornalistas sobre o caso, ministro reagiu, minutos antes de embarcar ao Brasil: "No more (não mais). Esse assunto já não é mais comigo. Agora estou voltando para o Brasil, tenho que trabalhar, queridos".
Na Confederação Nacional da Indústria (CNI), atualmente presidida por Andrade, o caso envolvendo Pimentel gerou constrangimento durante a visita de uma comitiva de empresários europeus para estreitar relações com o País. De última hora, o presidente da CNI e anfitrião do evento decidiu não comparece, evitando a imprensa.
A assessoria de imprensa da CNI, explicou, no entanto, que Robson Andrade precisou viajar às pressas, por motivos pessoais, e, portanto, não pode comparecer ao evento. A assessoria informou ainda que ele não iria comentar as notícias veiculadas porque todos os esclarecimentos sobre a consultoria feita pelo ministro à Fiemg já foram dados.
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