sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

"Analistas" e Ensebação Tucana

Os “analistas políticos” não são extremamente conhecidos do grande público, mas no mundo da política são figuras mais do que carimbadas. Hoje, falaremos de Alberto Almeida, Lavareda e Marcos Coimbra, três expoentes do ramo.
Comecemos por Alberto Almeida, do Instituto Análise. Ele foi consultor do PSDB até 2009, recebendo para isso uma boa grana. Seu contrato foi cortado porque ele custava muito, produzia pouco e vazava dados. Por isso não conseguiu, apesar da insistência, trabalhar na campanha presidencial do partido. O que fez? Vejamos…
Primeiro, saiu falando mal da campanha tucana. Depois, quando Quércia renunciou à candidatura ao Senado, Almeida cravou, por meio de seu instituto, que Netinho seria o candidato a senador com mais votos. Como se sabe, Netinho nem mesmo foi o segundo, perdendo a vaga.
Disse também que a queda de Erenice não prejudicaria a campanha petista. Prejudicou, claro. Tanto que O MESMO INSTITUTO, semanas depois, falou que um “novo caso” poderia reverter as eleições (o mesmo fator que não afetaria passou a ser possibilidade de reversão eleitoral). Por fim, também disse que a Casa-Civil, no governo Dilma, seria disputada entre PT e PMDB. Nunca houve tal disputa.
Almeida, durante toda a eleição presidencial, defendeu a tese de que o pleito acabaria no primeiro turno. Não acabou. Na última hora, com pesquisas registrando crescimento de Marina, o analista fez uma espécie de “revisão” do que previa e chamou isso de “fato novo”. Dizia que o índice de abstenção prejudicaria Serra (o que não aconteceu) e na mesma análise alegou que nulos e brancos prejudicariam Dilma. Ele passou a reiterar essa tese, em tentativa de justificar seu erro de previsão.
Outro gênio é Antonio Lavareda, que pode ser louvado mais por seus feitos no mundo dos negócios que pelo talento ao analisar política. Ele fazia pesquisas para o PSDB, fez uma grande no início de 2010. Segundo fontes tucanas, ele foi deixado de lado na campanha porque os dados encomendados não ficaram “exatamente restritos” ao partido, rendendo-lhe dividendos financeiros extras. Foi conhecido, também, seu trabalho no sentido de “forçar” pesquisas contra Beto Richa, depois eleito governador do Paraná.
O próprio Sérgio Guerra, presidente do PSDB, participou dessa decisão. Mas, agora, mesmo Sérgio Guerra levou Lavareda para uma reunião de governadores do PSDB. Sabe-se que Guerra tem dificuldades para fazer análises e expor idéias organizadas e sempre terceiriza essa tarefa. Desta vez, , alugou Lavareda. Quando atacamos a idéia de “oposicinha”, acreditem, temos nossas razões. Guerra é uma delas.
Por fim, vale falar de Marcos Coimbra, do Vox Populi, cujos trackings diários, na época de eleição presidencial, conseguiam ser diferentes de todos os dados dos demais institutos – e, claro, não se confirmaram nas urnas. Seu instituto não presta serviço apenas ao PT, mas também ao PSDB mineiro – Coimbra comandou a estratégia de campanha de Anastásia. Foi o principal defensor da idéia que Serra não aparecesse nos programas eleitorais do PSDB mineiro. E o proponente da aparição de Ciro Gomes no horário de Anastasia. Em ambos os casos, foi bem sucedido.
Ele também escreve. Onde? Correio Braziliense e Estado de Minas (são os mesmos donos) – este último, aliás, foi o jornal que contratou o glorioso Amaury, aquele do “livro bombástico”, que foi envolvido nas acusações da quebra de sigilo de familiares de José Serra. Amaury levou esse trabalho para a campanha do PT, feito originalmente com o propósito de danificar a imagem de Serra numa eventual disputa com Aécio pela candidatura do PSDB a presidente. Coimbra, depois do caso, escreveu artigo ironizando a filha de José Serra, e escrevendo escândalo sempre entre aspas, chegando a atribuir aos criminosos um adjetivo ameno e jocoso: “malfeitores” (também entre aspas).
Não apenas sempre ponderou em favor do PT, no plano nacional, como em vários e vários textos atacava nominalmente José Serra – mesmo depois das eleições. Até a criação do PSD, por Kassab, foi atacada por Coimbra e debitada na conta de Serra. Quem também foi e é contra o partido são os políticos do DEM próximos ao PSDB de Minas.
Diante disso tudo, chega a ser engraçado quando atribuem a um ou outro o viés desagregador na oposição. Quem conhece os fatos sabe quem agrega e quem desagrega. A dica é essa: acompanhem os “analistas”, considerando seus aliado$ de ocasião e o teor da maioria das “análises”. Os tucanos gastam obsessivamente com pesquisólogos que servem à divisão dos tucanos e, evidentemente, aos adversários.
DO IMPLICANTE

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