sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

VOCÊ LEMBRA? Ex-jornalista é indiciado por 4 crimes pela Polícia Federal

Por Carol Pires, no Estadão Online. Volto em seguida:
O jornalista Amaury Ribeiro Júnior foi indiciado nesta segunda, 25, pela Polícia Federal por quatro crimes: violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e por dar ou oferecer dinheiro ou vantagem à testemunha. Amaury prestou depoimento na superintendência da Polícia Federal em Brasília, das 10h30 às 17h de hoje, ao delegado Hugo Uruguai, que comanda investigação sobre a violação do sigilo fiscal de vários dirigentes do PSDB e de pessoas ligadas aos tucanos, entre eles, Verônica Serra, filha do candidato à presidência da República, José Serra.
O jornalista é suspeito de ter encomendado e pago a terceiros pela invasão desse sigilo em computadores da Receita Federal. Amaury Júnior ratificou as informações já dadas por ele à Polícia Federal, mas silenciou diante das novas perguntas feitas hoje pelo delegado. Existem algumas dúvidas a serem esclarecidas sobre as primeiras informações prestadas pelo jornalista como, por exemplo, a fonte dos R$ 12 mil que ele teria pago ao despachante Dirceu Garcia, de São Paulo, em outubro de 2009 para a obtenção ilegal dos dados, e de R$ 5 mil que foram pagos depois como “cala-boca” para o despachante.
Em nota, Amaury Júnior havia negado as acusações e afirmou que “jamais pagaria pela obtenção de dados fiscais sigilosos de qualquer cidadão”. O advogado do jornalista, Adriano Bretas, disse que deve falar com a imprensa logo mais. Ele e Amaury Júnior ainda estão no prédio da Superintendência da Polícia Federal.
Comento
Alguns leitores me perguntam por que chamo Amaury Ribeiro Jr. de “ex-jornalista”. Porque os crimes de que é acusado e as coisas que andou fazendo não caracterizam exatamente o trabalho de um “jornalista”. Seja lá qual for, depois que se desligou de O Estado de Minas — e talvez um pouco antes —, a sua profissão é outra. Jornalista não muda a realidade para depois retratá-la.
Ainda que repórteres investigativos sejam levados, muitas vezes, a dialogar com criminosos para obter notícia e ainda que, freqüentemente, fiquem sabendo de falcatruas por intermédio da ala da bandidagem que não se deu bem e decide se vingar, isso é coisa muito diferente de praticar o crime, de fazer parte da cadeia criminosa, entenderam? Assim, trata-se de um ex-jornalista.
Parece-me que o indiciamento por todos esses crimes está de acordo com o que prevê a lei e com que Amaury fez. Ok. Agora, supor que ele seja o “mandante” e parar a investigação por aí mesmo é uma das piadas da República. Por que esse rapaz seria o interessado último no resultado desses crimes? É um desrespeito à nossa inteligência.

Pivô da quebra de sigilo usou flat de assessor ligado ao PT

Na Folha:
O jornalista Amaury Ribeiro Jr., pivô da quebra de sigilos de tucanos ligados a José Serra (PSDB), ficou hospedado em flat de um contratado da Pepper, empresa prestadora de serviços da campanha de Dilma Rousseff (PT). Amaury usou o apartamento de Jorge Luiz Siqueira quando se reuniu com o “grupo de inteligência” da pré-campanha petista, no restaurante Fritz. Na ocasião, foi discutida a elaboração de um dossiê contra tucanos.
À época do encontro, o responsável pela comunicação da pré-campanha era o jornalista Luiz Lanzetta, dono da Lanza Comunicação.
Siqueira trabalhou quatro anos como coordenador-geral de logística do Ministério da Agricultura. Deixou o cargo em maio do ano passado e passou a trabalhar na Lanza.
Na época, Siqueira era gerente de despesas da Lanza. À Polícia Federal Amaury se referiu a Jorge como “responsável pela administração de gastos da casa do Lago Sul” usada nessa fase.
Depois da revelação de que Lanzetta estava montando o “grupo de inteligência”, a Lanza deixou a campanha. Siqueira, então, foi incorporado pela Pepper Comunicação Interativa, assim como a maioria dos contratados para trabalhar na campanha.
A assessoria da Pepper confirmou a informação.
Segundo a Folha apurou, Siqueira cedeu seu apartamento para Amaury a pedido de Lanzetta. Ele emprestava o flat para a campanha para hospedagens provisórias.
Amaury disse à PF que foi nesse local que o deputado Rui Falcão (PT-SP) teria copiado de seu computador dados do sigilo dos tucanos. O deputado nega.
Siqueira e Lanzetta têm outro amigo em comum ligado à campanha de Dilma: o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, cuja família detém duas empresas -Dialog e Gráfica Brasil- que ganharam mais de R$ 200 milhões em contratos com o governo. Aqui
Por Reinaldo Azevedo

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