Carlos Lupi dizer que ama Dilma tem certa lógica: sem Dilma ele estaria trabalhando duro, em sua banca de jornais, e não teria mordomias nem carro oficial nem uma penca de assessores nem ONGs a apoiá-lo. Ele agradece também a Lula, mas sem declarações de amor: Lula lhe apontaria a porta da rua.
Mas Paulo Bernardo, duas vezes Secretário da Fazenda, três mandatos como deputado federal, casado com uma ministra, não precisa dessas coisas. A entrevista em que diz que também faria declaração de amor a Dilma é meio muito. Sim, ele deve a nomeação a ela, mas já havia mostrado que era capaz de andar sozinho, de conquistar sua ascensão política sem entrar no famoso cordão em que é preciso dar vivas a seus maiorais nem passar os outros para trás.
E a presidente, como fica diante dessas exibições de seus ministros baba-ovos? Lupi ela já conhecia (tanto que deixou o partido dele, o PDT, e se mudou para o PT). Mas Paulo Bernardo? E quais outros farão declarações públicas de amor? O próximo será o Magro Véio, também conhecido como Édison Lobão, que até agora só deu demonstrações de amor a José Sarney? Ou Garibaldi Alves, ministro da Previdência e feio de doer? Será o ministro Luiz Sérgio, o Garçom (porque, quando ministro das Relações Institucionais, só tirava os pedidos de Suas Excelências e os enviava para que outros os desatendessem)? Ele pode até exibir os dotes de cozinheiro que acha que tem e oferecer a Dilma um prato de lula recheada - correndo o risco de, em troca, levar uma biaba.
DO BLOG DO POLIBIO BRAGA
Nenhum comentário:
Postar um comentário