segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Súplica de um denunciante à Polícia Federal


Por João Vinhosa

Nesta hora decisiva para o enfrentamento da corrupção que aniquila econômica e moralmente o país; nesta hora em que alguns se preocupam mais com a defesa da imagem dos investigados por assalto aos cofres públicos que com a gravidade do crime por eles praticado; nesta hora em que muitos políticos lutam ferrenhamente para evitar a instalação da CPI da corrupção;
Nesta hora, venho pedir encarecidamente à Polícia Federal (PF) que tome meu depoimento sobre um crime de lesa-pátria que já provocou, continua provocando e tem potencial de provocar imensos prejuízos ao patrimônio público, contando com uma rede de cumplicidade formada por aqueles que deveriam combater tal tipo de crime.
É absolutamente impossível que – após ouvir-me e analisar a documentação que apresentarei – a PF não venha a se convencer que o espúrio “negócio” realizado no setor petrolífero é muito mais danoso ao tesouro do que, por exemplo, o escandaloso “desenvolvimento do turismo no Amapá”.
Refiro-me ao impressionante ato lesivo ao interesse público representado pela Gemini – sociedade da Petrobras (40%) com uma empresa privada (60%) para liquefazer e comercializar gás natural liquefeito (GNL).
Para evitar que alguns aspectos importantes da questão sejam minimizados, julguei conveniente, nesta oportunidade, não detalhar os pontos que denunciarei.
Eu faço inteira questão de demonstrar pessoalmente aos analistas da PF um novo tipo de falcatrua. Demonstrarei que os ralos por onde gigantescos superfaturamentos contra a Petrobras podem estar escoando encontram-se contratualmente previstos no Acordo de Quotistas vinculado ao Contrato Social da Gemini.
Tais superfaturamentos – que têm a protegê-los uma capa de legalidade – só não estão sendo realizados se a prestadora de serviços à Gemini (que também é sua sócia majoritária) estiver agindo com benevolência incomum no mundo empresarial.
Espero, também, ter a oportunidade de apresentar pessoalmente à PF minha preocupação com os fatos contidos na correspondência por mim trocada com a diretora de gás e energia da Petrobras, Maria das Graças Foster – a mais forte candidata para presidir a Petrobras, em substituição ao atual presidente Gabrielli.
Mais especificamente, quero ter a oportunidade de provar que citada diretora em muito se afastou da verdade, ao afirmar-me que “todos os esclarecimentos sobre o assunto lhe foram exaustivamente prestados, não restando mais nada a ser acrescentado”.
É de se destacar que, referindo-se à carta que encaminhei ao Presidente Gabrielli em 26 de fevereiro de 2010, a diretora Foster afirmou que já tinha conhecimento dos fatos noticiados.
Acontece que, anexada à carta encaminhada ao Presidente Gabrielli, encontra-se, entre outras coisas, o artigo “Dilma, ó Dilma, onde estás que não respondes?”.
E, nesse artigo, dirigindo-me à então Presidenta do Conselho de Administração da Petrobras Dilma Rousseff, indaguei:
“O que leva uma pessoa considerada íntegra, austera e incorruptível a ficar calada, como se morta estivesse, quando colocada diante de acusações explícitas de corrupção na área sob seu comando?”
“O que leva uma pessoa, que se vangloria de ter pegado em armas para mudar o que julgava errado no país, a não se empenhar em apurar atos altamente lesivos ao interesse nacional, praticados no setor que dirigia com absolutos poderes?”
“O que leva uma pessoa, que tanto desgaste provoca ao apoiar a criação da “Comissão da Verdade” para apurar violação de direitos humanos durante o regime militar, a desprezar a verdade contida em denúncias de crime de lesa-pátria em área estratégica, que foram colocadas sob suas vistas de maneira clara, direta e inquestionável?”.
Uma palavra final: pelo acima exposto, espero que todos aqueles que têm elogiado a “faxina” promovida por Dilma se manifestem também no sentido de levar a Polícia Federal a tomar meu depoimento sobre a empresa arquitetada enquanto Dilma acumulava as funções de Ministra de Minas e Energia e Presidenta do Conselho de Administração da Petrobras. Isso, ou tais manifestantes são falsos moralistas, sendo inadmissíveis as desculpas que têm que “garantir a governabilidade”.
DO BLOG ALERTA TOTAL

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