terça-feira, 5 de julho de 2011

Por que Dilma hesita em demitir Alfredo Nascimento


Dilma soube que estava havendo superfaturamento em obras tocadas pelo Ministério dos Transportes. Soube também que licitações ali eram fraudadas e que empresas contratadas contribuíam para o caixa 2 do Partido da República (PR, presidido por seu ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento).

Foi por isso que no último fim de semana ela mandou afastar a cúpula do ministério, toda ela formada por auxiliares de confiança do ministro. Não esperou, sequer, a volta de Nascimento, que viajara para o Amazonas, seu Estado.

Se Nascimento tiver um pingo de vergonha na cara pedirá demissão. Ou porque foi conivente com a roubalheira. Ou porque foi um administrador leniente, descuidado, omisso. Não mandava, de fato, no seu pedaço. Desconhecia o que se passava em torno do seu gabinete.

Caso Nascimento não peça para sair, Dilma só tem uma atitude a tomar para ser coerente com seus atos recentes: demitir o ministro. Bancar a babá dele, jamais.

O PR não sairá da barra da saia de Dilma se Nascimento perder o emprego. Não terá para onde ir. Continuará refém das migalhas do poder. Quando nada porque tais migalhas significam alguns milhões de reais aqui e acolá.

Dilma só enfrentará um problema se demitir Nascimento: ele voltará para o Senado. E João Pedro, o suplente que assumiu a vaga dele, voltará para o Amazonas.

João Pedro é amigo de longa data e de farras inesquecíveis de Lula. Comeram muitos tambaquis juntos com as águas do rio Amazonas pela cintura.

Virou suplente de Nascimento por imposição de Lula.

E foi por isso, e só por isso, que Nascimento virou ministro - antes de Lula, agora de Dilma.

DO B. RESIST.DEMOCRATICA

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