José Geraldo, este impressionante reitor da UnB, assina uma espécie de artigo no site da universidade, em que fala dos descalabros relatados por VEJA. Ele os nega, claro!, e falseia a verdade ao afirmar que não foi ouvido. Foi! E se limitou a dizer que tudo não passava da reclamação de professores contrariados…
No texto, ele se refere, por exemplo, à agressão de que foi vítima a procuradora de Justiça Roberta Kaufmann. Ela, que é contrária ao sistema, foi à universidade para debater cotas. Debate, vocês sabem, se faz entre pessoas que divergem. Não na UnB. Foi impedida de falar. Quem liderou a gritaria foram professores. Ficou sitiada no prédio durante um tempo. Seu carro foi pichado: “Loira filha da puta”. José Geraldo achou a coisa injusta? Assim ele se refere ao caso:
“Ex-aluna do mestrado da Faculdade de Direito, onde ingressou com minha aprovação em sua banca, Roberta veio à UnB participar de um debate sobre as cotas. Aqui, foi injustamente vaiada e agredida. Não há, no entanto, um único integrante da administração superior que tenha participado das agressões. A reitoria, porém, sabe que a vaia é comum no campus. Recentemente, o presidente Lula foi vaiado aqui. Semana passada, também fui.”
“Ex-aluna do mestrado da Faculdade de Direito, onde ingressou com minha aprovação em sua banca, Roberta veio à UnB participar de um debate sobre as cotas. Aqui, foi injustamente vaiada e agredida. Não há, no entanto, um único integrante da administração superior que tenha participado das agressões. A reitoria, porém, sabe que a vaia é comum no campus. Recentemente, o presidente Lula foi vaiado aqui. Semana passada, também fui.”
O que dizer de tamanha delinqüência intelectual? O reitor, como se vê, acha que o vandalismo intelectual é parte do jogo. Seu texto embute uma indagação: se até ele próprio e Lula foram vaiados, do que Roberta está reclamando? Ele acha que seus hooligans são parte da paisagem. E tenta, como se nota, minimizar a gravidade do ocorrido: Roberta teve de ser protegida da agressão. Houve uma verdadeira ameaça de linchamento. Queriam bater nela. Quando os extremistas da UnB não ficam pelados para argumentar, eles querem dar porrada. O reitor considera que essa manifestação é coisa normal na vida acadêmica.
Alguém estranha que um sujeito capaz de escrever tamanha sandice convoque, por e-mail, os seus sequazes a enviar mensagens à VEJA e a demonizá-la nas redes sociais? Segundo o valente, se a revista criticou os desmandos de sua gestão, é sinal de que ele está no caminho certo. Faz sentido. Zé Geraldo acha que linchamentos, também os morais, são parte do jogo. VEJA não acha!
Este blog também não! E defende condições mínimas para ser reitor: que o animal seja bípede, com polegar opositor e coluna ereta.
REV VEJA
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