Atualização das 18h22 - "Eu não aceito ser afastado. Ou a presidenta me exonera ou me mantém no cargo definitivamente", disse Luiz Antonio Pagout, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), um dos quatro altos funcionários do Ministério do Transporte que Dilma mandou afastar sob a suspeita de envolvimento com irregularidades.
O desabafo de Pagout foi ouvido ontem por parlamentares do PR e o senador Blairo Maggi (PT-MT). Foi Blairo que indicou Pagout para o cargo quando Lula ainda era presidente da República. Pagout, ontem, protocolou um pedido de férias. Ele mesmo despachou o pedido. E hoje enviou ofício a Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara dos Deputados, se oferecendo para ser ouvido ali.
No fim do ofício, Pagout comunica que estará disponível para ser ouvido pelos deputados tão logo termine suas férias e ele esteja de volta ao DNIT. Blairo comentou, hoje, com colegas que Pagout não perdeu nem perderá o cargo.
Valor Econômico
A decisão do ministro dos Transportes e presidente licenciado do PR, Alfredo Nascimento, de pedir o afastamento de quatro integrantes da cúpula da Pasta após denúncias de corrupção, abriu uma crise no partido. Em entrevista ao Valor, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, filiado ao PR do Mato Grosso, disse que não aceita o afastamento do cargo e vai pedir que o ato seja reconsiderado.
Pagot informou que soube do seu afastamento pela imprensa, no sábado. "O ministro me ligou e disse que a presidenta Dilma exigiu que ele tomasse uma providência, mas não me falou de afastamento", disse Pagot. "Não é assim que se tira uma pessoa, sem provas, nada. Vou procurar o ministro. Estou sendo injustiçado e constrangido. Vou manifestar que não aceito nem a acusação nem o afastamento para investigação. Fazer isso comigo é um absurdo."
Também foram afastados o chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa da Silva; o assessor do gabinete, Luís Tito Bonvini; e o diretor-presidente da Valec, José Francisco das Neves.
A decisão foi tomada após reportagem da "Veja", que aponta suposta cobrança de propina por integrantes do PR para liberar aditivos de contratos e viciar licitações. Em 24 de junho, segundo a revista, a presidente Dilma Rousseff teve encontro com a cúpula da Pasta, na qual criticou o aumento do orçamento de obras viárias.
Pagot, cujo padrinho político é o ex-governador e senador Blairo Maggi (PR-MT), nega qualquer irregularidade no Dnit e afirma que as obras executadas pela autarquia têm orçamento aprovado pelo ministério e pelo Congresso, além de passar pelo pente-fino feito dos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União. "Executamos só aquilo que é aprovado, não inventamos orçamento. É um absurdo. Não estou apenas indignado, estou furioso com essa situação", disse.
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