Embora a presidente Dilma Rousseff tenha dito a interlocutores que irá ter calma na escolha do novo ministro dos Transportes, o governo já sondou o senador Blairo Maggi (PR-MT) para o cargo. Apesar da sondagem, o Planalto não descartava efetivar o atual secretário-executivo do ministério, Paulo Sérgio Passos, recém-filiado ao PR e interino no cargo até definição do sucessor. Passos é considerado um nome técnico e tem a simpatia da presidente, mas não conta com o apoio da sigla. Com a segunda baixa na Esplanada em seis meses, Dilma tem três alternativas para preencher o posto: bancar um nome de sua preferência -caso de Maggi-, efetivar Passos sem contemplar a vontade da legenda ou aceitar um nome do PR.
Entre os nomes que a bancada do PR falava ontem estava o de Jaime Martins, deputado por Minas Gerais.Dilma tem dito a interlocutores que deseja "sanear" o ministério e os órgãos a ele vinculados. O martelo sobre sucessão só não foi batido ainda para evitar o risco de uma indicação precoce atrair novas acusações. A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) pediu paciência a senadores do sigla. Maggi descartou que a decisão vá sair imediatamente. Segundo ele, o nome será escolhido "com calma" pelo PR, sob a supervisão do próprio ex-ministro, que reassumiu o comando do partido. A Folha apurou que ele não desautorizou a sondagem, mas que teme virar alvo da imprensa e receia não conseguir evitar novas acusações no ministério.A primeira sondagem ao ex-governador de Mato Grosso foi na segunda-feira, mesmo dia em que a Presidência emitiu nota manifestando "confiança" em Nascimento.
O PR disse que não vai abrir mão da pasta. "Continuamos aliados de primeira hora", disse o líder do partido, senador Magno Malta (ES). "Por que vamos para trás agora? Seria um gesto de ignorância", disse. O PR tem porte médio no Congresso (40 deputados e seis senadores) e normalmente vota segundo as orientações do Executivo. Enquanto Passos não tem apoio no PR, pesam contra Maggi ligações com um dos envolvidos no episódio que decapitou a cúpula dos Transportes. Ele é padrinho político de Luiz Antônio Pagot, diretor afastado do Dnit. Foi secretário de seu governo em MT e diretor de sua firma de navegação, a Hermasa. O senador é um dos homens mais ricos do Brasil, e tem boas relações com Dilma. Possui patrimônio declarado de R$ 152 milhões e controla a Amaggi, uma das maiores exportadoras de soja do mundo, cujo faturamento em 2010 foi de R$ 3,9 bilhões.
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