terça-feira, 31 de maio de 2011

O PMDB está podendo.

O quadro nunca foi tão favorável ao PMDB. O  PT sangra Palocci por todos os poros, vítima de fogo amigo, sem liderança política e com um poste na presidência. O PSDB está ostensivamente rachado e dividido, sendo obrigado a criar uma nova instância partidária para acomodar o seu maior nome em termos eleitorais. O DEM está esfacelado e extirpado pelo surgimento do PSD. O protagonismo do PMDB na condução politica e na conexão com o eleitorado foi o ponto alto da votação do Código Florestal, mostrando um partido diferente daquele tido como fisiológico, corrupto e venal. Para não perder o bonde da história, é hora de varrer o Sarney, assim como ele acaba de varrer o impeachment de Collor no "túnel do tempo" do Senado. É hora de impedir que meia dúzia de honoráveis bandidos negociem por meia dúzia de cargos esta possibilidade do PMDB voltar a ser o protagonista da política nacional, deixando de ser mero coadjuvante. A bala de prata do PMDB se chama Michel Temer.O PMDB pode voltar a ser um partido de verdade. Afinal de contas, aquele capital eleitoral de 44 milhões de votos está sem dono, depois da cisão tucana e do esfacelamento dos democratas. É o voto anti-PT. Que o PMDB acorde para isso.

Michel Temer, o Zagalo da política, pode dizer ao PT: "vão ter que me engolir".

É nítida a irritação dos políticos petistas causada pelo vazamento do bate-boca entre Michel Temer e Antônio Palocci, que fazia as vezes de Dilma Rousseff. Foi uma intervenção arrogante, prepotente e que não tem remendo, perfeitamente vocalizada pelo grande homem com pequeno cérebro, Cândido Vacarezza, petista líder do governo na Câmara, quando disse que a Casa estava sob ameaça por contrariar a Presidente. Na sequência, a intervenção golpista de Lula, passando sobre a presidente eleita e todas as instâncias partidárias, mostrou um partido transformado em fantoche, quando estava acostumado e tratar assim o seu maior aliado, o PMDB. Michel Temer, jogado para o lado desde a transição, visivelmente colocado na geladeira, assumiu para si a coordenação política, de forma natural, mostrando força e unidade no seu partido. O PMDB acordou para a grande vantagem competitiva de ser um partido autêntico, que vota unido e vence unido. O PT entendeu o fato em toda a extensão, coisa que os dois neurônios dílmicos ainda não decodificaram: vão ter que engolir Michel Temer, o formiguinha de ouro da política brasileiro, o Zagalo do Planalto. Temer, agora com a ficha limpa, jogou para o time e é o grande vencedor deste início de governo.

Timeco.


O Estadão publica uma análise bondosa sobre o "time político" de Dilma. Além de Antônio Palocci, o Rico Súbito, temos Luiz Sérgio, o Ficus, tidos como cartas fora do baralho. O jornal poupa Fernando Pimentel, o Rei dos Dossiês, que é um peixe fora d'água, que também tem consultoria e que está sendo processado em Minas Gerais por episódios pouco recomendáveis, enquanto prefeito de Belo Horizonte. Tido como em alta,  José Eduardo Cardozo, o Banana, que nem de longe chega aos pés de um Márcio Tomaz Bastos ou mesmo de um Tarso Genro, em termos de movimentação política. Por fim, lá está Paulo Bernardo, o Marido da Loura, que tem uma esposa muito melhor do que ele, em franca atividade no Senado. Certamente, a publicação será motivos de ai, ai, ais e ui, ui, uis pelos corredores do Planalto, pois não citou Gilberto Carvalho, o Coveiro.

PMDB pede a cabeça de Palocci.

Do Estadão:

O PMDB quer mudanças na articulação política do Palácio do Planalto e duvida da sobrevivência no cargo do chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. O diagnóstico, que atinge em cheio o núcleo político do governo, começou a ser propalado ontem por líderes do partido como efeito colateral do desgaste provocado pelas cobranças ásperas do Planalto ao partido depois da derrota na votação do Código Florestal. A cúpula peemedebista avalia que houve quebra de confiança na relação com o PT e a presidente Dilma Rousseff.Foi neste clima que Michel Temer reuniu ontem a bancada do PMDB no Senado para um jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência. Dos 18 senadores do partido, apenas Jarbas Vasconcelos (PE) avisou que não compareceria. Pela manhã, a presidente entregou o cargo interinamente a Temer antes de viajar para o Uruguai. Havia sido combinado que os dois fariam da ocasião um momento de armistício entre o PMDB e o governo após os sucessivos desencontros de articulação política da semana passada, mas a foto oficial divulgada pela Presidência mostra uma tentativa de um abraço distante. Leia mais aqui. 
DO COTURNO NOTURNO

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