quarta-feira, 21 de novembro de 2018
O ex-chanceler Celso Amorim volta das trevas para chorar a morte da política externa da canalhice, escreve Augusto Nunes:
A política externa da canalhice nasceu do acasalamento incestuoso de
stalinistas farofeiros do PT e nacionalistas de gafieira do Itamaraty,
uns e outros sonhando com a Segunda Guerra Fria que destruirá para
sempre o imperialismo ianque. Adotada pelo candidato vitorioso na
eleição presidencial de 2002, esse aleijão subiu a rampa acampado na
cabeça baldia de Lula e ficou aos cuidados da dupla de babás vigaristas
formada por Celso Amorim, fantasiado de ministro das Relações
Exteriores, e Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência para
complicações cucarachas.
Nesta semana, Amorim reapareceu no noticiário jornalístico para
louvar a diplomacia da cafajestagem. A política externa de Jair
Bolsonaro, concluiu antes mesmo que o novo governo tivesse começado, é
mais que um retrocesso. “É um retorno à idade média”, recitou o
ex-chanceler que comandou o Itamaraty ajoelhado no altar do chefe que
chamava de “Nosso Guia”. Durante oito anos, fantasiado de potência
emergente, o governo envilecido pela abolição de valores morais não
perderia nenhuma chance de reafirmar a opção preferencial pela infâmia.
O Brasil de Lula ajoelhou-se quando a Bolívia confiscou ativos da
Petrobras e rasgou o acordo sobre o fornecimento de gás. Hostilizou a
Colômbia democrática para afagar os narcoterroristas das FARC.
Confrontado com bifurcações ou encruzilhadas, nunca fez a escolha certa.
Quando o Congresso de Honduras, com o aval da Suprema Corte, destituiu
legalmente o presidente Manuel Zelaya, o Itamaraty dobrou-se às vontades
de Hugo Chávez. Decidido a reinstalar no poder o canastrão convertido
ao bolivarianismo graças a doações de petróleo venezuelano, Chávez
convenceu Lula a transformar a embaixada brasileira em Tegucigalpa na Pensão do Zelaya.
Obediente a Fidel Castro, Lula aprovou a deportação dos pugilistas
Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, capturados pela Polícia Federal
quando tentavam fugir para a Alemanha pela rota do Rio. Entre a
civilização e a barbárie, o fundador do Brasil Maravilha invariavelmente
cravou a segunda opção. Com derramamentos de galã mexicano, prestou
vassalagem a figuras repulsivas como o faraó de opereta Hosni Mubarak, o
psicopata líbio Muammar Kadafi, o genocida africano Omar al-Bashir e os
aiatolás atômicos do Irã, fora o resto. Coerentemente, o último ato do
estadista de galinheiro que se julgava capaz de resolver com conversas
de botequim os conflitos do Oriente Médio foi promover a asilado
político o assassino italiano Cesare Battisti.
A herdeira Dilma Rousseff ampliou esse acervo de opções e parcerias
abjetas. Entre o governo constitucional paraguaio e o presidente deposto
Fernando Lugo, ficou com o reprodutor de batina. Juntou-se com muita
animação à conspiração tramada para afastar o Paraguai do Mercosul e
permitir a entrada da Venezuela. Caprichou no papel de mucama de Chávez
até a morte do bolívar-de-hospício que virou passarinho. Para adiar a
derrocada de Nicolás Maduro, arranjou-lhe até papel higiênico vendido a
preço de ocasião.
Enquanto Lula prosperava como camelô de empreiteiras que colidiriam
com a Lava Jato, Dilma transformou a Granja do Torto na casa de campo de
Raúl Castro e presenteou a ditadura cubana com o superporto que o
Brasil não tem. Avançava no flerte com os companheiros degoladores do
Estado Islâmico quando o impeachment chegou. Potencializada pela crise
econômica, a maior roubalheira da história apressou a demissão da mais
bisonha governante do mundo. Os crápulas que gerenciavam o Itamaraty
acompanharam a chefe no caminho do esquecimento.
Celso Amorim voltou das trevas para chorar o enterro desse capítulo
vergonhoso da nossa história. “Com Bolsonaro, o Brasil perderá o
protagonismo no cenário mundial”, lamentou o farsante que ainda no
berçário perdeu a vergonha na cara. Entrevistar Amorim é perda de tempo.
Melhor devolvê-lo imediatamente à lata de lixo da História. DO O.TAMBOSI
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