sexta-feira, 12 de outubro de 2018
"Lula é uma ideia e agora um Plano de Governo", diz o plano de governo
do candidato Fernando Haddad. "É o próprio partido, portanto, quem se
apresenta ao eleitor como sendo corrupto condenado a 12 anos de
corrupção e lavagem de dinheiro", resume Francisco Escorsim, colunista
da Gazeta do Povo:
O título saiu entre aspas, caro leitor, porque é transcrição literal
da primeira frase do plano de governo do candidato à Presidência pelo
PT. É o próprio partido, portanto, quem se apresenta ao eleitor como
sendo corrupto condenado a 12 anos de corrupção e lavagem de dinheiro.
É algo tão surreal que nada mais precisaria ser dito sobre esse
plano. O simples fato de assim se apresentar deveria bastar para
invalidá-lo por completo. Mas é até pior do que isso. Ainda nos
primeiros parágrafos o partido insiste em afirmar que em 2016 teria
havido um “golpe”, que o governo Temer seria “ilegítimo” e que haveria
uma “perseguição judicial” contra Lula. Sendo assim, o partido se
apresenta ao eleitor não apenas como um criminoso condenado cumprindo
pena, mas também como quem não respeita a Constituição nem as leis do
país aplicadas em todas essa situações. Ou seja, um partido literalmente
sem qualquer compromisso com as regras do jogo democrático; um partido
sem respeito à lei e à Constituição vigentes.
Ou seja, o Plano do Presidiário tem por premissa a inversão da
realidade; logo, deve ser compreendido dessa forma também. Ou seja, se
impeachment é golpe, sucessão presidencial constitucional é ilegítima e
condenação judicial é perseguição, então, onde se lê que o partido
propõe uma “verdadeira refundação democrática do Brasil para recuperar a
soberania nacional e popular, atingidas duramente a partir do golpe de
2016”, devemos entender o inverso exato, algo não democrático, na linha
ou exatamente aquilo que disse dias atrás José Dirceu: “É questão de
tempo para a gente tomar o poder, (…) que é diferente de ganhar uma
eleição”.
No Plano do Presidiário essa “refundação democrática” se faria por
três eixos principais: reforma do Estado, reforma do sistema de Justiça e
regulação da mídia. Em relação ao primeiro, eis o que consta do plano:
“Reforma do Estado, desprivatizando e combatendo privilégios
patrimonialistas ainda presentes em todos os poderes e instituições
públicas”. Fazendo a inversão para se chegar à realidade do que desejam,
isso só pode significar reprivatizar os poderes e instituições como
fizeram durante seus governos, em especial na Petrobras.
Sobre a reforma do sistema de Justiça, abusam da expressão sem
definição de “controle popular” e, no seu cerne, propõem mudança
legislativa para alterar os acordos de leniência e, principalmente, as
delações premiadas, vistas como instrumento não de investigação e prova
de crimes, mas como meio de “proteger bandidos confessos e a condenar
pessoas inocentes”. Ou seja, sendo a inversão exata da realidade, só
pode significar controle da Justiça pelo partido e desejo de mudança na
lei para proteger bandidos como Lula e impedir investigações como a Lava
Jato.
Por fim, a regulação da mídia. Isso se daria com um novo marco
regulatório que seria monitorado e aplicado por um órgão regulador a ser
criado para promover a “democracia, pluralismo e diversidade” na mídia.
Ou seja, na prática, seria o inverso de democratizar, pluralizar e
diversificar, mas restringir a liberdade de imprensa e centralizar seu
controle.
Temos, então, um partido que se identifica como corrupto condenado a
12 anos de cadeia; um partido descompromissado das regras do jogo
democrático; um partido propenso a tomar o poder ainda que não ganhe uma
eleição; um partido que, ao assumir o poder, quer mais controle estatal
de tudo; um partido que, ao assumir o poder, quer desmontar a
legislação atual que possibilitou a investigação e punição dos crimes
descobertos pela Lava Jato; um partido que, ao assumir o poder, quer
controlar a imprensa criando um órgão regulador.
É impossível não associar essa “refundação democrática” à
“democracia” venezuelana sob o jugo de Nicolás Maduro, cuja ditadura o
PT segue defendendo, como noticiado pela imprensa, e que também pode ser
confirmado acessando as notas oficiais do partido em seu…
Espere um momento, caro leitor, por gentileza.
[Ué, mas estava aqui dois minutos atrás! Onde foram parar essas notas
no site do partido? No Google aparece, mas quando vai pro site diz que
não existe mais. Eita, mas que diacho é isso aqui? Cadê o vermelho do
PT? Está tudo verde e amarelo! Por que tiraram o Lula da foto com o
Haddad? Será que hackearam o PT? Será vírus?]
Caro leitor, perdoe interromper essa coluna aqui. Há muito mais nesse
Plano do Presidiário que gostaria de comentar, mas a verdade é que não
sei mais nem se esse plano ainda está valendo, se continua existindo. Se
e caso tenha interesse em lê-lo, deixo o link de acesso, mas não
garanto que será possível acessá-lo. Parece que o PT está tentando nos
convencer que mudou de ideia. DO O.TAMBOSI
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