Operação foi autorizada pelo ministro Edson Fachin. Segundo investigadores, a suspeita é de obstrução de Justiça. O senador e o deputado disseram que estão à disposição da Justiça.
Por Camila Bomfim e Ana Paula Andreolla*, TV Globo, Brasília
A Polícia Federal (PF) cumpriu mandado de busca nesta terça-feira (24)
nos gabinetes e também nos apartamentos funcionais do deputado Eduardo
da Fonte (PP-PE) e do senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional
da legenda.
O mandado foi autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator dos
processos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). A operação foi
deflagrada em conjunto com a Procuradoria Geral da República. A PF
também cumpriu mandado de prisão contra o ex-deputado Márcio Junqueira,
de Roraima. Ele foi preso em Brasília.
As investigações apuram uma suposta tentativa de obstrução de Justiça.
De acordo com investigadores, Eduardo da Fonte e Ciro Nogueira são
suspeitos de comprar o silêncio de um ex-assessor do senador que vem
colaborando com a Justiça. O assessor detalhou que recebia o pagamento
em espécie e quem repassava o dinheiro era o ex-deputado Márcio
Junqueira.
Segundo investigadores, o ex-assessor colabora com diversas
investigações no âmbito da Lava Jato e teria sido ameaçado de morte. Por
conta das ameaças, ele foi incluído no programa de proteção à
testemunha.
A PF cumpriu oito mandados de busca e apreensão – todos em endereços ligados aos três alvos da operação desta terça-feira.
Defesa do senador Ciro Nogueira
A defesa de Ciro Nogueira disse, por meio de nota, que acompanhou as
buscas da PF na casa e no gabinete do senador. A defesa afirmou, ainda,
que desconhece as razões da determinação judicial.
"É certo que o Senador sempre se colocou à disposição do Poder
Judiciário, prestando depoimentos sempre que necessário e, inclusive, já
foi alvo de busca e apreensão. Continuará a agir o Senador como o
principal interessado no esclarecimento dos fatos", disse o advogado do
senador.
Segundo a assessoria do senador, ele está em missão oficial em
Bruxelas, na Bélgica, participando de um evento da Organização Mundial
do Comércio (OMC) de 24 a 26 de abril.
Defesa do deputado Eduardo da Fonte
O deputado Eduardo da Fonte disse que está à disposição da Justiça.
"Estou à disposição da Justiça sempre. Confiamos nela e em Deus",
afirmou por meio de sua assessoria.
Segundo a PF, o deputado Eduardo da Fonte estava em seu apartamento em
Recife, na praia de Boa Viagem, e acompanhou o cumprimento do mandado de
busca e apreensão pela Polícia Federal. Quatro policiais federais
participaram da ação. O material apreendido será levado para Brasília,
inclusive um telefone celular do parlamentar.
A Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados informou que acompanhou a
operação de busca e apreensão no gabinete e no apartamento funcional do
deputado.
*Colaborou o G1 PE
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