quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
“Ficha suja está fora do jogo democrático”.
É música boa para os ouvidos a afirmação do movo presidente do Tribunal
Superior Eleitoral. Luiz Fux deu um recado super-direto, em solenidade que teve
a presença do Presidente Michel Temer: “A Justiça eleitoral será irredutível na
aplicação da Ficha Limpa. A Justiça Eleitoral, como mediadora do processo
político sadio, será irredutível na aplicação da Ficha Limpa, conquista popular
que introduziu, na ordem jurídica, um instrumento conducente o Brasil a um
patamar civilizatório ótimo”.
Luiz Fux foi claríssimo em entrevista
a O Globo: Eu não quero me referir a um candidato específico, não vou
pessoalizar. Mas o ordenamento jurídico brasileiro hoje é claro no sentido de
que, incidindo naquelas hipóteses (da Lei da Ficha Limpa), o candidato é
inelegível. Isso não significa dizer que o candidato pode se registrar e ter o
pedido de registro indeferido. Ele é irregistrável. Ele não pode oferecer
registro de candidatura. Essa é a percepção que nós temos. Sabemos também que
há quem sustente que a Lei das Eleições permite uma candidatura sub judice (com
recurso judicial). A negativa do registro pressupõe um registro. E o que nós
entendemos, em um primeiro momento, é que essas duas correntes vão balizar a
controvérsia: uma que entende que os candidatos fichas-sujas são
irregistráveis. E outra que entende que ele pode recorrer (da negativa) do
registro.
Tradução básica do discurso do
sucessor de Gilmar Mendes na presidência do TSE: O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, como condenado por tribunal colegiado em segunda instância, é um
ilustre ficha-suja. Portanto, não adianta choradeira ou reclamação da petelândia,
Lula já está automaticamente impedido de disputar a Presidência da República.
Pior ainda para ele: de ex-presidenciável tem toda chance de se tornar “Presidiável”
– candidato à prisão... Lula teve ontem mais uma prova de que o “sistema” o
quer fora do jogo.
Até o ministro Gilmar Mendes, que tem
fama de “libertador-geral”, avisou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva tem chances quase nulas de conseguir uma liminar no Supremo Tribunal
Federal (STF) que suspenda a execução da sentença de prisão do TRF-4. Gilmar
explicou: “Crime contra a administração pública, em segundo grau, é quase que
um caso de inelegibilidade aritmética. Em princípio, ele não vai poder ser
candidato, a não ser que ele atue e consiga suspender e anular a decisão
criminal do TRF-4. Vai para o Superior Tribunal de Justiça, depois para o
Supremo com recursos”.
Gilmar foi claríssimo sobre a chance
de Lula acabar preso: Se houver o entendimento de que se execute, ou seja, com
a decisão de segundo grau ou com o trânsito em julgamento, e se não houver
decisão do acórdão da sentença, ele será preso. Gilmar
não vê possibilidade de uma eventual prisão de Lula causar comoção nacional: “É
importante que se reconheça o direito de recorrer do ex-presidente. É uma
decisão inicialmente do STJ, que negou uma liminar, mas continua competente
para decidir o mérito do habeas corpus. Não obstante, a defesa do ex-presidente
decidiu levar a matéria ao Supremo, que está com o ministro Edson Fachin. Ele
certamente vai analisar. Há uma súmula, já tradicional nossa, chamada 691, que
diz que não cabe habeas corpus, em princípio, contra decisão de indeferimento
de liminar. Portanto, o STF, em princípio, não conhece, devolve para o tribunal
que chamamos de baixo para resolver a primeira questão. Isso caberá ao relator,
e ele poderá escolher também a hipótese de discutir isso na turma ou
eventualmente afetar o plenário”.
Lula foi condenado por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro, como mostra detalhadamente o documento de sete
páginas divulgado ontem pelo TRF-4. Seus
advogados têm apenas dois dias para recorrer. Até o ex-presidente do STF
Sepúlveda Pertence, considerado um dos maiores especialistas em processo penal
do Brasil, foi contratado para trabalhar no caso $talinácio. Pertence agora
prega que Lula é uma das maiores vítimas de “perseguição” – “a maior desde Getúlio
Vargas”... Sepúlveda alegou que é “apenas mais um dos defensores do
ex-Presidente”, porque “ele é um velho amigo”....
Pois o amigo do Pertence deve rodar...
Ao analisar ontem o caso do deputado federal João Rodrigues (PSD-SC), condenado
a 5 anos e 3 meses de prisão por dispensa e fraude de licitação, a
primeira turma do STF, comandada por Alexandre de Moraes, mandou o parlamentar
para cumprir pena, na cadeia. Moraes foi sintético: “As convenções exigem que,
para se afastar o princípio da presunção de inocência e permitir a prisão, é
preciso que haja pelo menos dois julgamentos de mérito, na primeira e na
segunda instância”..
Resumindo: Lula é presidiável, e não
mais presidenciável. Não disputará a Presidência em 2018, e ainda pode acabar
preso. Gritarias, ameaças e recursos inúteis a tribunais internacionais não
mudarão seu destino. Lula já era...
O Brasil não tolera mais o foro
privilegiado que concede impunidade para políticos corruptos. Lula não quer
saber disto... Por isso, é uma ameaça concreta à Justiça e ao processo democrático
– sonhos cultivados pela maioria dos pagadores compulsórios de impostos irados
com políticos bandidos...
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