segunda-feira, 3 de julho de 2017

PF tem ordem para conduzir Geddel até Brasília

Josias de Souza


O ex-ministro Geddel Vieira Lima, aliado de Michel Temer, não ficará detido em Salvador. A Polícia Federal transporta o preso até Brasília, onde ele cumprirá a prisão preventiva determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF.
Geddel foi preso a pedido da Polícia Federal. O Ministério Público Federal avalizou a providência. Ex-vice-presidente da Caixa Econômica sob Dilma Rousseff e ex-coordenador político da gestão Temer, Geddel foi acusado de tentar atrapalhar as investigações sobre corrupção no banco público.
Não houve busca e apreensão no apartamento de Geddel. Os agentes federais apreenderam apenas o celular do ex-ministro. Em nota oficial, a Procuradoria informou que o amigo e ex-auxiliar de Temer tentava evitar que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o doleiro Lúcio Funaro firmassem acordos de delação premiada.
“Para isso, [Geddel] tem atuado no sentido de assegurar que ambos recebam vantagens indevidas, além de ‘monitorar’ o comportamento do doleiro para constrangê-lo a não fechar o acordo'', escreveu a Procuradoria em sua nota.
Ironicamente, a transferência de Geddel para Brasília submete o novo preso ao risco de ser encarcerado na Papuda, o mesmo presídio que hospeda Lúcio Funaro. O mandado de prisão expedido contra Geddel menciona dados fornecidos em depoimentos prestados por Funaro.
O doleiro revelou que o ex-ministro fez contato com sua mulher. Entregou mensagens de celular envidas por Geddel entre maio e junho.
Para os investigadores, ''os novos elementos deixam claro que Geddel continua agindo para obstruir a apuração dos crimes e ainda reforçam o perfil de alguém que reitera na prática criminosa.''
Embora não ignorasse o risco de prisão de Geddel, Michel Temer declarou-se surpreso em conversa com auxiliares. O presidente não fez nenhuma declaração em público.
A novidade chega num instante em que Temer articula na Câmara a rejeição da denúncia em que a Procuradoria-Geral da República o acusa de corrupção passiva.

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