Mais da metade das pessoas morreu carbonizada dentro de seus carros em uma estrada tomada pelas chamas. Autoridades já afastaram a hipótese de incêndio criminoso.
Um incêndio florestal de grandes proporções matou 58 pessoas e deixou
59 feridos em Pedrógão Grande, na região de Leiria, no centro de
Portugal, segundo balanço oficial divulgado pelo jornal português
“Público” na manhã deste domingo (18). Autoridades já afastaram a
hipótese de incêndio criminoso.
Um incêndio florestal de grandes proporções matou 58 pessoas e deixou 59
feridos em Pedrógão Grande, na região de Leiria, no centro de Portugal,
segundo balanço oficial divulgado pelo jornal português “Público” na
manhã deste domingo (18).
Autoridades já afastaram a hipótese de incêndio criminoso.
Mais da metade das vítimas (30) morreu carbonizada dentro de seus
carros na estrada entre Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra, que
foi tomada pelo fogo. O secretário de Estado da Administração Interna,
Jorge Gomes, informou que, entre os feridos, 18 foram levados para
hospitais. Quatro bombeiros e uma criança estão em estado grave.
O diretor nacional da Polícia Judiciária do país, Almeida Rodrigues,
descartou que incêndio seja criminoso. "Tudo aponta muito claramente
para que sejam causas naturais. Conseguimos determinar que 'trovoadas
secas' estejam na origem do incêndio. Encontramos uma árvore atingida
por um raio", afirmou.
As ‘trovoadas secas’ são chuvas que evaporam antes de chegar ao solo,
mas que são acompanhadas por raios que provocam faíscas ao tocar a
superfície. Na ausência de água e na presença do vento, as chamas se
espalham rapidamente. Os "ventos descontrolados" transformaram um fogo
de pequenas dimensões em "um incêndio impossível de controlar".
As chamas se espalham a partir de quatro focos pela região, que fica
próxima a Coimbra e entre as duas maiores cidades portuguesas: Lisboa e
Porto.
O jornal “Público” afirma que as cidades de Lisboa, Santarém, Setúbal e
Bragança estão sob aviso vermelho até as 21h do Instituto Português do
Mar e da Atmosfera (IPMA), que indica situação meteorológica de risco
extremo.
Exceto o distrito de Faro, o restante do país está sob aviso laranja - o
segundo mais grave em uma escala de quatro, que aponta para um risco
entre moderado a elevado.
O incêndio começou por volta das 15h de sábado (horário local, 11h em
Brasília). Mais de 1,6 mil bomeiros e 495 veículos foram mobilizados
para combater as chamas. Centenas de pessoas tiveram que deixar suas
casas.
O sábado foi de forte calor no país, com temperaturas que superaram os
40 graus em várias regiões. Após ter registrado poucos incêndios
florestais em 2014 e 2015, Portugal foi duramente atingido no ano
passado, com mais de 100 mil hectares de florestas devastadas em seu
território continental.
"Enfrentamos uma terrível tragédia. Até o momento, há 24 mortes
confirmadas e o número de óbitos ainda pode aumentar", afirmou no sábado
o primeiro-ministro português, Antônio Costa, antes do aumento no
número de mortes ser confirmado. "Lamentavelmente, é sem dúvida a maior
tragédia dos últimos anos em relação a incêndios florestais".
O primeiro-ministro disse que, no momento, "a prioridade é combater o
incêndio que permanece e entender o que ocorreu". Segundo o secretário
de Estado de Administração Interna do Governo, João Gomes, "as chamas se
propagaram de um jeito sem explicação".
O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, viajou à zona atingida
para prestar suas condolências às famílias das vítimas e "compartilha
sua dor, em nome de todos os portugueses", segundo o governo.
Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, expressou neste
domingo pesar pela morte de pessoas em Pedrógão Grande e anunciou a
ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil. A Comissão Europeia
afirmou que "A União Europeia está pronta para ajudar" e "tudo será
feito para ajudar as autoridades portuguesas, caso seja necessário”.
DO G1
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