Senador afastado publicou no Facebook foto de reunião com aliados tucanos na qual eles discutiram 'votações no Congresso e a agenda política'. Para PGR, foto mostra 'uso espúrio do poder político'.
mesmo após o afastamento. O documento se tornou público nesta quarta-feira (14).
Para exemplificar, Janot anexou uma foto publicada por Aécio em 30 de
maio no Facebook na qual o senador estava com os também senadores do
PSDB Tasso Jereissati (CE), Antonio Anastasia (MG), José Serra (SP) e
Cássio Cunha Lima (PB). Aécio foi afastado do mandato parlamentar em 18 de maio.
Procurada pelo G1,
a assessoria de Aécio divulgou a seguinte nota: "O senador Aécio Neves
tem cumprido integralmente a decisão do ministro Edson Fachin e se
mantém afastado das atividades parlamentares. Entre as cautelares
determinadas não consta o impedimento de receber visitas e discutir como
cidadão, e não como parlamentar, assuntos diversos."
Nesta quarta, a assessoria do presidente do Senado, Eunício Oliveira
(PMDB-CE), informou, por meio de nota de esclarecimento, que, mesmo
afastado, Aécio Neves terá a remuneração mantida, mas com descontos dos
valores referentes às ausências do parlamentar às sessões deliberativas.
Foto do Facebook
Na foto citada por Janot, Aécio postou como legenda a seguinte frase:
"Reuni-me na noite desta terça-feira, 30/05, com os senadores Tasso
Jereissati, Antonio Anastasia, Cássio Cunha Lima e José Serra. Na pauta,
votações no Congresso e a agenda política."
Para Janot, a foto mostra "o uso espúrio do poder político" por parte
de Aécio Neves, o que é um dos motivos para a prisão dele para preservar
as investigações.
"A despeito da suspensão do exercício das funções parlamentares,
decretada judicialmente no âmbito dessa Ação Cautelar, Aécio Neves
continuou exercendo suas funções, conforme reunião divulgada por ele
mesmo em redes sociais no dia 30/05/2017", diz Janot.
"O uso espúrio do poder político pelo senador ora agravado é, em
síntese, possibilitado por dois fatores: (i) o aspecto dínâmico de sua
condição de congressista representado pelo próprio exercício do mandato
em suas diversas dimensões, inclusive a da influência sobre pessoas em
posição de poder; (ii) sua plena liberdade de movimentação espacial e de
acesso a pessoas e instituições, que lhe permite manter encontros
indevidos em lugares inadequados", acrescentou o procurador-geral.
Ainda no documento ao STF, Rodrigo Janot disse que tem-se, assim,
"robustos elementos" que mostram a "imprescindibilidade" da prisão de
Aécio para preservar a ordem pública e as investigações.
Julgamento do pedido de prisão
Está previsto para a semana que vem, na Primeira Turma do STF, o julgamento do pedido de prisão de Aécio,
apresentado pela Procuradoria Geral da República. Os ministros também
analisarão um pedido do senador afastado para que ele retorne ao
exercício do mandato.
Para Janot, há "risco grave e contreto" de que as "ações criminosas já
iniciadas" por Aécio "atinjam seu objetivo". O procurador-geral afirmou,
na sequência, que "parlamentares corruptos do quilate" do tucano, além
de "comparsas de longa data", podem atuar contra a Lava Jato.
"Também não convém menosprezar a periculosidade de parlamentares
corruptos do quilate de Aécio Neves, tampouco dos seus comparsas de
longa data, pela mera constatação de que, muito embora graves, os crimes
apurados na 'Operação Lava Jato' e nos seus desdobramentos foram
praticados sem violência ou grave ameaça", afirmou o procurador.
O procurador defendeu, ainda, que as condutas atribuídas a Aécio são "profundamente perturbadoras".DO G1
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