Enquanto o PT dizia na televisão ter sido quem mais combateu a
corrupção, a lista de Fachin escancarava a relação de Lula e seus demais
dirigentes com os delatores da Odebrecht
No dia em que o Brasil conheceu o teor da lista do ministro Edson
Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, o PT foi à televisão e ao
rádio, em cadeia nacional, dizer que as gestões do partido na
Presidência foram as que “mais combateram a corrupção” e que há uma
“perseguição” feita com base em “mentiras” para impedir que Lula volte a
ser presidente. Seria até engraçado, se não fosse trágico. Seria até
irônico, se não fosse deprimente.
Lula foi delatado pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht e seus
subordinados, com todas as letras e com a maior clareza possível. Lula
foi alvo de seis petições de Fachin enviadas à primeira instância (ele
não tem mais foro privilegiado). Segundo os delatores, o sítio que ele
frequentava em Atibaia(SP) recebeu obras, um irmão ganhou mesada, MPs
foram negociadas para beneficiar o grupo Odebrecht e um soldado petista
fez saques em dinheiro. Ufa!
Também são citados nos documentos liberados por Fachin petistas
que ocuparam cargos de comando em praticamente todas as esferas da
máquina federal nas gestões petistas. Não vou gastar espaço precioso
aqui para falar do financiamento das campanhas eleitorais.
Nos gêneros clássicos do teatro, a farsa era aquele que se
destinava a divertir o público com personagens caricatos e burlescos.
Enquanto insistir em negar seus erros e retorcer a realidade, o PT
permanecerá como uma bigorna de ferro amarrada às pernas da esquerda
brasileira. Vai dizer o que agora? Que apenas o que os delatores
disseram sobre o PSDB é verdade?
O primeiro impacto da lista de Fachin é o de fornecer argumentos
retóricos aos que tentam igualar a tudo e a todos, em todos os partidos e
esferas de poder. É nesse mar que o PT vai tentar nadar a partir de
para se defender na Lava Jato. Porém, a bigorna da mentira continuará
amarrada a ele. DO ESTADÃO
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