segunda-feira, 17 de abril de 2017

Hora de acabar com segredinhos na Lava Jato

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Em nome da transparência total e da tolerância zero com o Crime Institucionalizado, a suprema-ministra Cármen Lúcia e o supremo-relator da Lava Jato, Edson Fachin, deveriam tirar o estranho segredo judicial sobre 23 inquéritos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. Depois da divulgação da bombástica delação premiada dos dirigentes da Odebrecht, ficou evidente aos brasileiros que não é justo nem perfeito esconder qualquer fato criminoso que envolva dinheiro público.
O inaceitável segredinho já abre margem para especulações. Quem são os “poderosos” envolvidos em tais casos na última instância do Judiciário? Seriam magistrados, militares, banqueiros, amante de gente muito poderosa ou algum outro considerado acima de bem e do mal? Pouco ou nada imposta. O sigilo inconstitucional tem de ser quebrado em nome da publicidade da administração pública – claramente prevista no artigo 37 da Constituição de 1988 que alguns oportunistas desejam dar uma reformadinha, a fim de tudo fique como sempre esteve em Bruzundanga.
Além dos segredinhos supremos, outro assunto esquisito causa apreensão entre os que sonham com um Brasil passado a limpo na Era Pós-Lava Jato. Por que não estão criando facilidades para que o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil dos desgovernos Lula-Dilma consiga fazer uma delaçãozinha premiada. A família de Palocci pressiona para que ele seja ouvido e possa abrir o jogo sobre tudo que sabe. Exatamente aí residiria o problema. Palocci sabe muito e mais um pouco. O medinho do sistema é que ele fale demais e acabe denunciando gente poderosa demais, sobretudo banqueiros.
Aliás, o Negão da Chatuba reclama que anda cada vez mais intrigado: Como é que não aparecem dirigentes de instituições financeiras, principalmente de grandes bancos, em refinados esquemas de corrupção que envolvem bilhões de reais na Lava Jato e afins? Afinal, dinheiro (sobretudo o roubado) não anda sozinho por aí. Precisa circular, de um modo ou outro, por alguma entidade financeira. Até a agora, a Lava Jato foi muito eficiente em punir empreiteiros e doleiros. Estranhamente, as investigações ainda não chegaram ao andar de cima do rentismo tupiniquim. Será que chegará? Talvez... Por isso valeria ouvir Palocci como delator...
A Lava Jato também precisa ouvir os insistentes clamores da ex-corregedora nacional de Justiça e ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça. Eliana Calmon não cansa de repetir que a Lava Jato tem de pegar membros corruptos do poder togado. A suprema indagação que fica no ar é: o corporativismo dos magistrados vai impedir que alguns deles sejam investigados e eventualmente punidos?
A Lava Jato ainda não chegou à essência da organização criminosa que devasta o Brasil e inviabiliza o pleno desenvolvimento do País. Enquanto isso, o esquema no poder segue em frente com as suas reforminhas – tocadas por muitos dos denunciados em delações premiadas...
Se a amiga falasse...
Pretérito sem futuro

Releia o artigo de domingo: Obituário da Nova República e a “Moab” criminosa

Paraguai que nada...

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