PT É CAMPEÃO ABSOLUTO, COM 93 POLÍTICOS ENROLADOS NO ESCÂNDALO
Publicado: domingo, 16 de abril de 2017 às 13:38 - Atualizado às 13:42
Redação
As delações de executivos e
ex-executivos da Odebrecht envolveram pelo menos 415 políticos de 26 dos
35 partidos legalmente registrados no Tribunal Superior Eleitoral
(TSE). O PT lidera a lista com o maior número de filiados atingidos - ao
todo, 93 petistas foram citados nos depoimentos. Eles são seguidos de
perto pelos integrantes dos dois principais partidos que dão sustentação
ao governo de Michel Temer: PSDB e PMDB. Cada um tem 77 membros citados
pelos delatores.
PT, PMDB e PSDB são os três maiores
partidos do Congresso e representam as três mais importantes elites
partidárias do País. Juntos, eles concentram 59,5% dos políticos
enredados nas delações da maior empreiteira do País. É o que mostra o
levantamento feito pelo jornal O Estado de S.Paulo em todas as 337
petições com pedidos de investigação feitas pelo procurador-geral de
Justiça, Rodrigo Janot, e encaminhadas ao ministro Edson Fachin, do
Supremo Tribunal Federal (STF).
A questão não é apenas quantitativa. Os
relatos dos delatores envolveram as principais lideranças desses
partidos - são citados o atual presidente da República, Michel Temer, e
cinco ex-presidentes (José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique
Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff) - ainda que com
grau, intensidade e número de vezes diferentes.
Além deles, aparecem ex-candidatos à
Presidência, como os senadores José Serra (PSDB-SP), Aécio Neves
(PSDB-MG), o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), o ex-governador
Eduardo Campos (PSB-PE), o pastor Everaldo (PSC-RJ), José Maria Eymael
(PSDC-SP), o ex-governador Leonel Brizola (PDT-RJ) e o deputado federal
Paulo Maluf (PP-SP) - nos casos desses dois últimos, a acusação foi
arquivada pelo STF. A maioria teve lugar de destaque nas corridas
presidenciais desde a redemocratização do País, em 1985.
No PT, as delações atingiram
ex-ministros como Jaques Wagner, Guido Mantega, Antonio Palocci, José
Dirceu e Paulo Bernardo e governadores como Tião Viana (AC) e Fernando
Pimentel (MG). No PMDB, foram delatados o presidente do Senado, Eunício
Oliveira (PMDB-CE), e senadores como Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá
(RR), o ex-governador Sérgio Cabral (RJ) e os governadores Luiz Fernando
Pezão (RJ) e Paulo Hartung (ES).
Os partidos médios, muitos dos quais
compõem a base de Temer, também tiveram lideranças envolvidas. O PP é a
quarta sigla mais afetada, com 35 citados, incluindo seu presidente, o
senador Ciro Nogueira (PI). O DEM vem a seguir, com 22 denunciados,
entre eles o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ). O PSB (19) o PSD
(15), o PTB (11), o PR e o PC do B, com 10, o PPS (9), e o PDT (8)
completam a lista. Destes, só o PC do B e o PDT não estão no governo.
Entre os pequenos partidos sobram 25 citados. Aqui, só dois deles - o
PSOL e o PTN - não apoiam Temer. Todos os políticos até agora citados
negaram o conteúdo das delações. DO D.DOPODER
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