* Clipping O Globo
O revisor heterodoxo
Graças à reação imediata do relator Joaquim Barbosa, não prosperou ontem a insinuação do revisor Ricardo Lewandowski de que o julgamento do mensalão estaria se desenrolando de uma maneira “pouco ortodoxa”.
Como se sabe, essa é a nova versão que os petistas ligados ao ex-ministro José Dirceu estão espalhando, já para justificar uma condenação que ele próprio parece estar aguardando, segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”.
Ironicamente, foi o próprio Lewandowski que introduziu no julgamento
prova hetedoroxa para justificar sua decisão de absolver a ré Geiza
Dias dos Santos: uma entrevista recente do delegado Luís Flávio
Zampronha, que presidiu o inquérito policial que resultou na Ação Penal
470.
Joaquim Barbosa irritou-se, chamando de “bizarra” a situação, afirmando
que o delegado deveria ter sido “suspenso”. E o ministro Gilmar Mendes
disse que existiam provas suficientes nos autos para formar
convencimento “sem que seja preciso avocar ‘provas’ em entrevistas à
imprensa”. Ambos classificaram de “heterodoxa” a posição do revisor.
Foi então que Lewandowski comentou que “este não é o julgamento mais
ortodoxo já realizado nesta Corte”. O novo bate-boca teve origem,
portanto, em uma provocação de Lewandowski, que, não recebendo apoio de
qualquer dos membros do plenário, tratou de recuar e voltou aos seus
longos votos, que ele insiste que está reduzindo.
DO POLIBIO BRAGA
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