Vamos
lá! Eu não sei se Fernando Haddad, candidato de Lula (não exatamente do
PT) à Prefeitura de São Paulo, vai ou não para o segundo turno. Espero
que não! E a razão é simples. O Brasil de Lula tem de acabar se o Brasil
dos brasileiros quer nascer. E isso não é só retórica. Ontem, o
ex-presidente comandou um ato em defesa do postulante petista com alunos
beneficiados pelo ProUni. O palco do encontro foi a UniNove,
instituição de ensino que está entre as mais contempladas com bolsas —
muito especialmente em cursos que não requerem nada além de saliva e
giz. Então vamos ver: beneficiados e beneficiários de um programa
federal — financiado pelo estado brasileiro e, portanto, por não
petistas também — são mobilizados em apoio ao candidato do partido que
está no governo; candidato esse que era o chefe da concessão dessas
bolsas.
Isso seria
um escândalo em qualquer país democrático do mundo. Tanto Lula como
Dilma, quando candidatos, falaram a beneficiários do Bolsa Família, por
exemplo. Trata-se de uma espécie de privatização, em favor de um
partido, de programas que são financiados pelo estado brasileiro, por
dinheiro público. É essencialmente imoral! Ainda que se possa alegar que
as pessoas que lá compareceram o fizeram por conta própria, é evidente
que a máquina de constrangimento sempre opera nessas horas. Ainda que
não operasse, o PT não pode fazer de conta que os recursos que sustentam
o programa pertencem ao partido.
Em sua
vociferação, Lula, claro!, atacou as oposições, que estariam fazendo
jogo rasteiro ao “explorar” o mensalão e se dedicou a seu esporte
predileto nos últimos, deixem-me ver, 18 anos: atacar FHC! Leiam isto:
“No nosso governo, as pessoas são julgadas, e as coisas são apuradas. No deles, tripudiam. Na nossa casa, quando nosso filho é suspeito de cometer um erro, nós investigamos e não culpamos os vizinhos, como eles costumam fazer.”
“No nosso governo, as pessoas são julgadas, e as coisas são apuradas. No deles, tripudiam. Na nossa casa, quando nosso filho é suspeito de cometer um erro, nós investigamos e não culpamos os vizinhos, como eles costumam fazer.”
Até outro
dia, Lula dizia que o mensalão nunca tinha existido, que se tratava de
uma invenção da oposição e que ele, ora vejam!, iria querer apurar o que
aconteceu para contar a verdade ao povo. Huuummm… De que erro estaria
falando agora?
Mas já que
falou em “filho”, noto que as instâncias de investigação da República
foram generosas com ele. Nunca se procurou investigar, por exemplo, em
que circunstâncias a então Telemar, hoje OI, investiu, no total, R$ 15
milhões na Gamecorp, a empresa de Fábio Luiz da Silva, o Lulinha.
Tratava-se de uma concessionária de serviço público, de que o BNDES é
sócio, enfiando dinheiro num empreendimento do filho do presidente, cuja
aventura maior no mundo profissional, até então, tinha sido ser monitor
de jardim zoológico. Nesse caso, Lula não só passou a mão na cabeça do
“nosso filho” como disse ainda que o rapaz era o Ronaldinho dos
negócios. As últimas notícias dão conta de que a empresa está em sérias
dificuldades.
Lula está
se orgulhando do quê? Tentou, por todos os meios — e tenta ainda —
intimidar os ministros do Supremo. Buscou falar a linguagem da chantagem
com Gilmar Mendes, por exemplo. Deu-se mal porque não havia o que
chantagear. Seus porta-vozes, hoje, se dedicam à cotidiana tentativa de
desqualificar o Supremo.
O surto
teve início quando um estudante, provavelmente do PSOL, ergueu uma faixa
com a inscrição: “Renovação com Mensalão? PT do Lula tem o mensalão, PT
do Haddad tem paralização na educação”. O Apedeuta,
filho de mãe que nasceu analfabeta (coitada!!!), não reclamou da
“paralização” com “z”. Ali estava, à sua moda, uma obra de Haddad. O
Bell’Antonio de Lula também discursou. Mas farei um post só pra ele.
Texto publicado originalmente às 4h55
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