Fernando
Haddad, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, tentou demonstrar
ontem seu lado, vamos dizer assim, viril. No absurdo ato em que alunos
beneficiados por um programa federal foram reunidos numa universidade
privada, beneficiária desse programa (ver post), o homem resolveu falar. Com que energia! Transcrevo abaixo um trecho de reportagem do Estadão Online. Volto em seguida para dar uma aulinha rápida ao professor Haddad.
(…)
O candidato petista também endureceu em relação ao PSDB e à oposição. Atacou os críticos do “bolsa-esmola” e disse que Lula promoveu uma revolução na educação. “Essa revolução não seria feita por um doutor conservador, tinha de ser feita por um operário”, afirmou. Ao chamar a oposição de “xarope” por “torcer para que as coisas deem erradas”, o petista alfinetou o senador tucano Aécio Neves (MG). “Se o Aécio quer ser presidente, estuda um pouquinho. Lê um livro por semana. Dá uma lidinha em Copacabana.”
À plateia formada por bolsistas do ProUni, o candidato fez uma ligação entre o programa e sua passagem como chefe de gabinete da Secretaria de Finanças da gestão Marta Suplicy. Haddad disse que o embrião do ProUni seria um programa de desconto no ISS em troca de bolsas universitárias, mas a ideia não vingou.
O candidato petista também endureceu em relação ao PSDB e à oposição. Atacou os críticos do “bolsa-esmola” e disse que Lula promoveu uma revolução na educação. “Essa revolução não seria feita por um doutor conservador, tinha de ser feita por um operário”, afirmou. Ao chamar a oposição de “xarope” por “torcer para que as coisas deem erradas”, o petista alfinetou o senador tucano Aécio Neves (MG). “Se o Aécio quer ser presidente, estuda um pouquinho. Lê um livro por semana. Dá uma lidinha em Copacabana.”
À plateia formada por bolsistas do ProUni, o candidato fez uma ligação entre o programa e sua passagem como chefe de gabinete da Secretaria de Finanças da gestão Marta Suplicy. Haddad disse que o embrião do ProUni seria um programa de desconto no ISS em troca de bolsas universitárias, mas a ideia não vingou.
Voltei
Por que Haddad atacou Aécio Neves num ato em favor de sua candidatura à Prefeitura de São Paulo? Não tenho a menor ideia! Pelo que entendi, para ser presidente, é preciso ler um livro por semana. Numa entrevista célebre, Lula confessou que, se livro fosse veneno, desse mal ele não morreria. Dormiu, confessou, com um romance de Chico Buarque nas mãos. Tá… Nesse caso, não foi culpa dele. É melhor do que Stilnox. Adiante.
Por que Haddad atacou Aécio Neves num ato em favor de sua candidatura à Prefeitura de São Paulo? Não tenho a menor ideia! Pelo que entendi, para ser presidente, é preciso ler um livro por semana. Numa entrevista célebre, Lula confessou que, se livro fosse veneno, desse mal ele não morreria. Dormiu, confessou, com um romance de Chico Buarque nas mãos. Tá… Nesse caso, não foi culpa dele. É melhor do que Stilnox. Adiante.
Haddad
conta uma mentira quando diz que a oposição chamou o Bolsa Família de
“bolsa esmola”. Até porque os programas de bolsas foram criados por FHC.
Quem chamava os programas de bolsa de “esmola” era Lula. O candidato do
PT não pode provar o que diz. Eu posso. Vejam o vídeo. Lula se refere
ao Bolsa Família em dois momentos: em 2009 e em 2000.
Lula
achava que programas de bolsa deixavam os beneficiários vagabundos
porque não iriam querer “plantar macaxeira”. Haddad não pode provar o
que diz, eu posso, como evidencia este discurso que o Apedeuta fez em 9 de abril de 2003, em companhia de Ciro Gomes, no agreste nordestino. Leiam (em vermelho).
Eu, um dia
desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em
Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais,
Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos
Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula,
sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está
acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando
chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua
macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E,
agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o
‘vale-isso’, o ‘vale-aquilo’, as coisas que o Governo criou para dar
para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas
estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver
condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há
nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de
manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer
às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas
daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as
pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas
aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a
prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da
República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco
mais.
Como o
Fome Zero deu com os burros n’água, o Babalorixá de Banânica editou, no
dia 20 de outubro de 2003, uma medida provisória e surrupiou todos os
programas de FHC e os juntou no Bolsa Família. Haddad não pode provar o
que diz. Eu posso. Segue o texto da lei.
(…)
programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos
procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda
do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda
Mínima vinculado à Educação - “Bolsa Escola”, instituído pela Lei n.° 10.219, de 11 de abril de 2001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA, criado pela Lei n.° 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde – “Bolsa Alimentação”, instituído pela medida provisória n.° 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás,instituído
pelo Decreto n.° 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento
Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto n.° 3.877, de 24 de
julho de 2001.
Encerro
Eu desminto Haddad. Mas ele não tem como negar o que escrevo. Se tem, quero ver.
Eu desminto Haddad. Mas ele não tem como negar o que escrevo. Se tem, quero ver.
Texto publicado originalmente às 5h25
Por Reinaldo Azevedo
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