Conversa fiada – O endeusamento de que é alvo Lula se explica pelo fato
de o ex-presidente ter se transformado na redenção dos pobres, pelo
menos em tese. Na prática, o povo, embriagado com a chegada de um
trabalhador ao poder, não quer saber da dura realidade que corrói o
cotidiano. A ele, povo, importa a possibilidade de levar para casa uma
geladeira nova e cheia, mesmo que de carona siga um grosso carnê quase
impagável.
Quando incensava a neopetista Dilma Rousseff como candidata
presidencial, Lula repetiu dezenas de vezes a proeza (sic) do seu
governo de atirar na classe média quase quarenta milhões de novos
consumidores. Esse upgrade social só foi possível porque Lula incentivou
o consumismo, o crédito foi fácil e irresponsável e os consumidores não
se preocuparam com a inadimplência. Essa receita macabra serviu para o
governo do PT, financiado pelo suor do brasileiro, minimizar os efeitos
da crise financeira que eclodiu a partir do solavanco que acometeu o
“subprime” norte-americano.
À época, Lula estava preocupado apenas com sua popularidade, que não
poderia ser consumida por qualquer fator alheio ao discurso utópico do
virtuosismo da economia, cuja bolha começa a estourar. Na esteira dessa
epopeia petista ressurgiu o mais temido fantasma da economia, a
inflação, cada vez mais resistente. Lula disse na ocasião que a crise
era culpa dos loiros de olhos azuis, mas a que vivemos agora, aqui no
Brasil, foi criada por um pernambucano retirante que acredita ser a
reencarnação de Messias.
Nos tempos de oposição, Lula e seus comandados baseavam a gritaria no
baixo valor do salário do trabalhador e no domínio das chamadas elites,
as quais garantiram o avanço do Brasil como nação até então responsável.
Sempre lembrado pelos partidos de esquerda, começando pelo PT, o Dieese
estabelece como salário mínimo ideal a quantia de R$ 2.329,25, que,
segundo o órgão, é suficiente para atender às necessidades básicas do
trabalhador. Para o PT palaciano, que chegou ao poder a reboque de
discursos embusteiros, o salário mínimo atual, fixado em R$ 622,
representa um enorme ganho para o trabalhador brasileiro.
Para provar que a utopia é a marca registrada do PT, a Secretaria de
Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) divulgou, na
terça-feira (29), que a renda per capta da classe media brasileira está
entre R$ 219 e R$ 1.019. No valor de pico, a SAE confirma recente
pesquisa do IBGE, que apontou que a maioria da população ativa não ganha
dois salários mínimos.
Pois bem, os dados divulgados pela SAE mostram, de chofre, que são
mentirosos os slogans do governo Lula (Brasil, um país de todos) e Dilma
(País rico é país sem pobreza). Deixando de lado a parte semântica do
absurdo, beira a sandice o fato de as autoridades econômicas do governo
federal apostarem no consumo interno para escapar dos efeitos da crise
econômica internacional que tem chacoalhado com vigor a União Europeia.
É matematicamente impossível um trabalhador que ganha na média pouco
mais de um salário mínimo sair às compras para salvar uma nação com as
complexidades e mazelas do Brasil. Quando o assunto é a mitomania, Lula é
um especialista e isso todos precisam reconhecer. D igual modo, fica
latente a falta de coragem dos petistas para tecer críticas à herança
maldita deixada por Luiz Inácio da Silva, o doutor honoris causa do
planeta que se especializou em patrocinar escândalos de corrupção.
Enfim…
*Fonte: http://ucho.info/?p=56272DO B.MARIO FORTES
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