Luiz Inácio da Silva procurou o ministro Gilmar Mendes,
do STF, para discutir a escalação do Corinthians. Até porque, graças
aos esclarecimentos do ex-presidente, o Brasil hoje sabe que o mensalão
não existiu.
E
isso é um grande alívio. Seria uma temeridade o país continuar sendo
governado por um grupo político que tivesse criado um duto entre os
cofres públicos e a conta bancária do seu partido.
Felizmente,
foi só um pesadelo. Seria grave demais se os principais homens do
presidente tivessem usado um publicitário picareta para roubar dinheiro
do Banco do Brasil e entregar ao PT, entre outros golpes.
É
uma história tão absurda, que só poderia ser fantasiosa. E é por isso
que esse escândalo – que não houve – completou sete anos sem que os réus
fossem julgados. O Supremo Tribunal Federal tem mais o que fazer do que
julgar crimes fictícios.
Na
já famosa reunião no escritório de Nelson Jobim, não se sabe o que
ficou decidido sobre a escalação do Corinthians. Mas segundo Gilmar
Mendes, Lula lhe disse que é melhor o STF deixar o julgamento do
mensalão para depois das eleições.
Deve
ter sido um comentário ameno, na hora do cafezinho. Ameno e enigmático:
por que Lula se preocupa com a data do julgamento de um delito que não
existiu?
Aí
vale dar uma olhada na paisagem desse encontro. Se as paredes do
escritório de Nelson Jobim falassem, talvez contassem um bocado sobre a
lenda do mensalão.
Quando
Jobim era ministro do Supremo, tentou com bravura intervir no Congresso
para barrar o julgamento político de José Dirceu – acusado de mentor
desse crime imaginário.
Sete anos se passam, e lá está Nelson Jobim de novo, agora como anfitrião de Lula, metido nesse assunto. Deve ser coincidência.
Dizem
que é um absurdo um ex-presidente da República, padrinho da presidente
atual, se insinuar na penumbra em assunto do Poder Judiciário – que
envolve o partido governante. Dizem até que assim Lula pode atrapalhar
Dilma.
Ledo
engano. Não há esse perigo. Parece até que o Brasil se esqueceu da
equação eleitoral de 2010, que garantiu o tricampeonato do PT: Lula é
Dilma e Dilma é Lula.
Seria
injusto atribuir só ao padrinho a refinada tecnologia chavista de
atropelar as instituições. Com o mesmo jeitinho, Dilma já domesticou a
Comissão de Ética da Presidência (que fuzilara as ONGs de Lupi, mas
anistiou as lanchas de Ideli).
Como
ministra, ela já invadira a autonomia da Receita Federal para defender
José Sarney. E o Banco Central já aprendeu, graças ao governo Dilma, que
taxa de juros também se resolve no grito.
Portanto,
não há surpresa alguma no cafezinho de Lula com Gilmar Mendes sobre o
mensalão. É só mais uma cena da privatização do Estado brasileiro pela
esquerda patriótica.
DO BLOG DO HORACIOCB
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