Está
em curso, e com endosso de parte da imprensa paulista, um esforço para
inverter os sinais do confronto entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Aqui e
ali, sobram críticas ao tom das entrevistadas dadas por Mendes, que
está sendo censurado por ter ido ao encontro com Lula. Por que não iria?
Já indaguei aqui e o faço de novo: um ministro do Supremo está impedido
de conversar com um colega, que já foi membro do tribunal, e com um
ex-presidente da República, com quem sempre manteve relações cordiais,
diga-se? Já sugeri: vamos fazer do nosso STF, então, um tribunal de
vestais, o que lhes parece? Trata-se de uma assertiva ridícula. No ano
passado, Lula manteve conversas privadas com cinco dos 11 membros do
STF.
Esses
setores que fazem críticas veladas ou explícitas a Mendes estão é
tentando enfiar a cabeça no buraco, feito o avestruz do clichê — consta
que o bicho jamais fez isso, coisa típica de idiotas, não de avestruzes.
Buscam minimizar a gravidade da ação de Lula, tentando dividir as
responsabilidades, como se isso mudasse a natureza daquele evento.
Suponho, mas
me parece certo, que o ministro percebeu que o outro tentava
chantageá-lo. “Ah, por que não denunciou antes?” Certamente para evitar o
sururu que está aí e porque desconfiava que, em certas áreas, de vítima
que foi, passaria a ser tratado como vilão.
O ministro
se deu conta do que estava em curso, mas deve ter apostado (isso infiro
eu) que Lula não levaria adiante a ameaça. É certo que os estafetas do
petismo deram curso à mentira de que o ministro teria viajado à Alemanha
às expensas de Carlinhos Cachoeira. Vejam a latrina em que se
transformaram os blogs que hoje servem ao lulo-petismo, todos
financiados com dinheiro público (ou de governos petistas, incluindo o
federal, ou de estatais). As insinuações ou afirmações mesmo de que
Mendes teria aceitado os préstimos do bicheiro ganharam a rede.
Parlamentares pistoleiros e gângsteres — os nomes são esses mesmos —
passaram a repetir a mentira.
O caso é tão
escandaloso que até a Wikipédia, alertou-me ontem um leitor — hoje, não
vi— trazia a informação de que o ministro é ligado a Cachoeira.
PERGUNTA-SE: ATÉ QUANDO DILMA ROUSSEFF VAI PERMITIR QUE O DINHEIRO PÚBLICO FINANCIE ESSE SUJEIRA?
Até quando a
presidente da República assistirá, impassível, ao uso de dinheiro
público para financiar páginas que têm o propósito principal de defender
mensaleiros, difamar líderes da oposição, atacar um membro do Supremo e
a imprensa independente? Em quais outras democracias se fazem coisas
semelhantes?
Se Mendes
tivesse feito a denúncia no dia seguinte, a reação contra ele teria sido
a mesma. A questão de fundo, e isto precisa ser adequadamente tratado, é
a máquina de difamação montada com dinheiro de todos os brasileiros
para atender a uma ala de um partido político. Alguns ministros do
Supremo querem fazer de conta de que a coisa não lhes diz respeito? é
mesmo? Um dia chegará a sua vez. A menos que façam todas as vontades de
chantagistas e difamadores.
REV VEJA
Nenhum comentário:
Postar um comentário